Da coluna do Moreno – O Globo
Ao comunicar a Eduardo Cunha, em cima do ato, a demissão de Cid Gomes, Mercadante acabou dando posse oficialmente ao novo mandatário do país, o presidente da Câmara. O aviso de Cunha ao plenário da Câmara de que o algoz da casa fora defenestrado do cargo foi no tom do “quem manda nessa bagunça de país, agora, sou eu”.
No governo, talvez com a rara exceção nem sempre explicitada da presidente Dilma, todos temem o Eduardo Cunha.
Até Joaquim Levy despacha semanalmente com Cunha. Com a diferença de que, ao contrário de outros ministros que sucumbiram ao poder do presidente da Câmara, o faz pela imperiosa necessidade institucional exigida pelo cargo. Os outros, por servilidade mesmo.
Com governo e Congresso subjugados aos interesses nem sempre republicanos de Cunha, o país se sente estarrecido por estar sendo comandado por um dos principais investigados do maior escândalo da sua História.