Indicação de Eduardo Porto vai depender do tio, presidente da Assembleia Legislativa
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco poderá ter a sucessão do cargo de conselheiro da Corte de pai para filho.
Carlos Porto se aposentou oficialmente do Tribunal de Contas na quarta-feira 3. Ele antecipou a saída em dois anos, já que poderia ficar na vaga até 2025, quando completa 75 anos e teria que deixar o posto compulsoriamente. Ele entrou no tribunal em 1990.
A avaliação dos conselheiros é que o movimento foi para tentar assegurar a viabilidade da candidatura do filho, o advogado Eduardo Porto.
A indicação de Eduardo vai depender de Álvaro Porto (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, irmão de Carlos e tio de Eduardo. A vaga é de prerrogativa da assembleia, com votação pelos deputados estaduais de forma secreta.
O grupo ligado à família também comanda as prefeituras de Canhotinho e Quipapá, cidades que ficam cerca de 200 quilômetros do Recife.
As cadeiras do TCE são cobiçadas porque os conselheiros, além de julgarem as contas dos 184 prefeitos e do governo estadual, recebem salário de quase R$ 40 mil.
Tribunal de Contas: farra de cargos
Esse episódio se soma a outros casos recentes de indicação de familiares ligados a políticos nos Estados.
Na Bahia, a esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa, a enfermeira Aline Peixoto, foi aprovada em março para o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado.
No Pará, a advogada Daniela Barbalho, esposa do governador Helder Barbalho, foi aprovada para o TCE.
Em Alagoas a administradora Renata Calheiros, esposa do ex-governador e ministro dos Transportes Renan Filho, também foi indicada para o Tribunal de Contas em dezembro.
Os ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva Wellington Dias, Desenvolvimento Social, e Waldez Góes, Integração Nacional, ambos ex-governadores, emplacaram também suas esposas nos tribunais de contas do Piauí e do Amapá, respectivamente. (Revista Oeste)