O filho do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Gabriel Marti Cruz Rodrigues, de 28 anos, foi preso acusado de desacato e desobediência na madrugada deste sábado (7), em Macapá (AP). Ele foi solto após pagar fiança de R$ R$3.960,00. Gabriel negou as acusações e disse que foi agredido pelos policiais militares. O filho de Randolfe é dono de uma boate e promovia uma festa na Expofeira. Perto das 3h da manhã, policiais foram enviados ao local para fazer o encerramento da festa, que teria ultrapassado o horário de funcionamento permitido.
Os agentes afirmaram que pediram para falar com o proprietário da boate e Gabriel teria dito a eles: “Nenhum policial de merda vai fechar minha boate, vocês não sabem com quem estão falando… A farda de vocês não serve nem de pano de chão na casa do meu cachorro”, informou o Estadão, que teve acesso ao termo de depoimento dos policiais. Segundo os policiais, o empresário estava “extremamente alterado”, recebeu voz de prisão e teria resistido.
Por isso, os agentes afirmam que fizeram “uso progressivo da força para contê-lo”. Vídeos que circulam nas redes sociais do momento mostram mais de um policial empurrando o filho de Randolfe, que tenta reagir e é derrubado. Gabriel foi levado a delegacia algemado. Durante o interrogatório ele negou ter desacatado os PMs.
O empresário afirmou que, de acordo com um decreto local, as casas noturnas podem funcionar até as 4h da manhã. Ele afirmou que “não faz parte de seu linguajar as ofensas relatadas pelos policiais” e relatou ter sido “ofendido, ameaçado e agredido pelos policiais”. O filho do senador disse ao jornal Folha de S. Paulo que registrou um boletim de ocorrência contra os policiais em que afirma ter sido agredido.
“Nosso evento estava com todas as licenças, que diziam que poderíamos funcionar até as 4h. A policial disse que ia fechar às 2h45 e que era para eu encerrar o som. Fui argumentar… A confusão começou e me deram voz de prisão, me agrediram e me jogaram no chão”, disse Gabriel à Folha.
No boletim de ocorrência, ele afirmou ter sido alvo de ofensas verbais e ameaças. “[Policial] disse que meu pai era um ‘viadinho’ que causou a destruição do Amapá. O outro soldado disse que a surra que me deu ninguém tirava”, relatou Gabriel. “A policial pegou na arma e disse ‘tu tinha que ter medo era disso aqui’”, acrescentou. A Gazeta do Povo tentou falar com representantes da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Amapá sobre o episódio, mas não foi atendida. O espaço segue aberto para manifestações. (Gazeta do Povo)