Nota de posicionamento
Diante das recentes medidas anunciadas pelo Governo de Pernambuco, que irão restringir ainda mais a atividade econômica do Estado para conter o número de internações na rede de saúde, a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) reitera que as medidas adotadas sejam cumpridas e respeitadas.
No entanto, algumas decisões, quando tomadas em parceria com o setor produtivo, podem ser mais eficazes e provocar menor transtorno à economia do nosso estado, que já sobrevive de forma crítica. Para os trabalhadores permanecerem saudáveis é preciso que eles tenham qualidade de vida e dignidade, que são proporcionadas pelo emprego formal. No entanto, em recente pesquisa realizada pela FIEPE neste mês de março, foi identificado que quase a metade dos empresários (46,2%) precisou fazer demissões e quase 70% deles ainda não conseguiram readmiti-los. É um dado alarmante que faz com que já tenhamos a quarta maior taxa de desocupação do Brasil, com 19%.
Desde o início da pandemia, em março do ano passado, a FIEPE solicita ao Governo do Estado o adiamento do recolhimento do ICMS. Somente um ano depois, foi anunciado que apenas as microempresas, inscritas no Simples Nacional, terão a postergação dos impostos devidos de março a julho. Essas medidas deveriam ter sido adotadas antes e para as indústrias de todos os portes, afinal de contas todas estão sendo impactadas com a pandemia. Também temos batalhado por programas de recuperação fiscal (REFIS) municipais, estadual e federal para regularização de débitos, a fim de que as empresas possam buscar créditos em bancos oficiais com menores taxas de juros. Ainda sem atendimento.
Sabemos das limitações enfrentadas pelo poder público em todos os níveis, mas é preciso que cada um faça a sua parte. Assim como as empresas vem se sacrificando, os governos também precisam reduzir seu custeio com a máquina e destinar maior verba para investimentos, principalmente em saúde. Precisamos sim salvar vidas e estamos nessa luta juntos, mas, sobretudo, necessitamos de contrapartidas para manter os empregos e os negócios firmes, porque serão eles os responsáveis por ajudar a retomada da economia quando tudo isso passar.