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Federação Regional dos Urbanitarios do Nordeste realiza manifesto em Defesa da Chesf

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Segundo a Federação, a todo custo, Governo tenta privatizar Companhia sem levar em conta sequer a importância econômica, história e cultural da empresa para toda região Nordeste

Assessoria de imprensa / Foto: reprodução

Uma senhora de 70 anos, mas com a força e garra de uma adolescente viril. Ao completar mais um ano de vida neste mês, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF continua mostrando que sua relação com o Nordeste é mais que um simples namoro. Trata- se de um casamento que deu certo e mantêm sua chama acesa de ambos os lados.

Ameaça por uma tentativa irracional de privatização, a Chesf mantém sua força e sua importância em muitos setores da economia da região. E são vários os motivos para manter público esse patrimônio. Praticamente toda a atual produção de alimentos por meio da irrigação em Petrolina e Juazeiro da Bahia se deve aos investimentos da Chesf na construção e operação do reservatório de Sobradinho. Petrolina se desenvolve cada dia mais com os investimentos da companhia e a operação de Sobradinho.

É da Chesf a responsabilidade de monitorar a qualidade da água que garante o consumo humano, animal e produção de alimentos saudáveis a partir de Sobradinho. Ao longo das suas sete décadas de vida, a empresa implantou novas cidades com toda uma moderna infraestrutura, inclusive de saneamento básico, e vários perímetros irrigados quando da construção da Usina de Itaparica, e no passado, de Sobradinho (Remanso, Casa Nova, Sento Sé, etc.)

A Empresa é responsável pela preservação das margens do Rio São Francisco, plantando mais de um milhão de mudas de árvores, a partir da sua sementeira construída em Paulo Afonso. A Chesf é a espinha dorsal do desenvolvimento turístico em Canidé do São Francisco, segundo polo turístico do estado de Sergipe. Mesma situação do município de Piranhas, em Alagoas, responsável pela grande geração de emprego e renda na região.

A Chesf é a empresa do Setor Elétrico que mais paga compensação financeira no Brasil pelo uso da água aos municípios e aos estados onde se localizam suas usinas, a maioria delas no São Francisco.

De 2001 até 2017 foram quase R$ 3 bi (três bilhões de reais) apenas na bacia do Rio São Francisco.

A Universidade do Vale do São Francisco hoje funciona em Paulo Afonso em prédios cedidos pela Chesf, com cursos de medicina e engenharia. Sua sede será construída em terreno doado pela companhia.

O Hospital da Chesf em Paulo Afonso, mantido pela companhia nesses 70 anos de existência, atende a população de mais de vinte e dois municípios, num total de 700.000 habitantes, numa média de nove mil consultas por mês.

Se falarmos em dinheiro, já que o Governo considera a empresa “falida”. A Chesf apresentou um lucro de 3,9 bilhões de reais em 2016. E de janeiro a junho do ano de 2017, apresentou um lucro de 370 milhões de reais, segundo suas demonstrações financeiras oficiais.

Diferentemente das demais empresas controladas pela Eletrobras a Chesf não possui dívida significativa, pois quitou em 2017 grande parte de sua dívida com a própria holding de forma que é a empresa que possui a melhor capacidade de captar recursos no mercado financeiro para financiar futuros investimentos.

Na perspectiva de uma privatização, o planejamento empresarial consolidado da Eletrobras para o período 2018 a 2022, recentemente divulgado, projeta uma distribuição de dividendos da Chesf para a holding (Eletrobras) de cerca de 4,0 Bilhões nos próximos cinco anos. Lamentavelmente, esses dividendos, uma vez repassados a Eletrobrás, deixam de ser investidos na região Nordeste.

O mesmo planejamento projeta também uma queda brusca no investimento da empresa em Geração e Transmissão de energia elétrica na região, saindo de um patamar médio de R$ 1,5 Bilhões/ano para menos de R$ 0,5 Bilhões/ano, prejudicando inclusive relevantes investimentos sociais e ambientais.

Enfim, essa senhora de 70 Anos trouxe consigo o maior sistema de transmissão e geração do Brasil, alimentando o parque industrial Brasileiro direto e indiretamente, desbravou o rio São Francisco, mudou seu curso, criou um dos maiores lagos artificiais do mundo, gerando energia, turismo, ensinou ao sertanejo a plantar uvas, a criar peixes, a exportar manga, construiu escolas, formou doutores. Viu três gerações nascerem nos seus acampamentos, hospitais e cidades que ela fundou. Tem excelência e reconhecimento mundial. Ao longo de suas sete décadas, continua uma debutante com energia de sobra para vender e alimentar o desenvolvimento da região Nordeste e do Brasil em permanente inovação, atuando em energia renováveis (Eólica e Solar) e na transposição das águas do São Francisco para os estados do Nordeste.

Neste dia 15 de março, parabenizamos, mais uma vez, a Chesf e seus trabalhadores(as) pelos 70 anos de compromisso com a região Nordeste e com o Brasil, superando todas as crises e ameaças à sua sobrevivência.

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