Os Estados Unidos apreenderam um avião usado pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro. A aeronave foi levada da República Dominicana para a Flórida depois de ficar constatado que sua compra violou as sanções americanas, disse o Departamento de Justiça americano nesta segunda-feira (2).
“Esta manhã, o Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que alegamos ter sido comprada ilegalmente por US$ 13 milhões [R$ 73 milhões], por meio de uma empresa de fachada, e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para ser usada por Nicolás Maduro e seus comparsas”, disse o procurador-geral, Merrick Garland, em comunicado.
De acordo com a CNN, a aeronave foi descrita por autoridades como o equivalente venezuelano ao Air Force One (usado pelo presidente dos EUA) e foi fotografada em visitas de estado anteriores de Maduro ao redor do mundo.
O avião foi comprado de uma empresa na Flórida, disse o Departamento de Justiça à rede americana, e foi exportado ilegalmente em abril de 2023 dos Estados Unidos para a Venezuela através do Caribe.
O modelo, um Dassault Falcon 900EX, desde então tem sido usado para voar “quase exclusivamente de e para uma base militar na Venezuela” e nas viagens internacionais de Maduro.
O avião esteve na República Dominicana nos últimos meses. Oficiais americanos não divulgaram o motivo, mas isso apresentou uma oportunidade para os oficiais americanos apreenderem a aeronave.
Autoridades americanas afirmaram que a apreensão do avião foi feita em colaboração com as autoridades dominicanas.
Um dos oficiais americanos disse à CNN que a retenção da aeronave de um chefe de estado estrangeiro é inédita em questões criminais e que o país está enviando uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei e nem acima das sanções dos EUA.
A apreensão ocorre em meio à crescente pressão interna e externa sobre Maduro, após a contestada eleição de 28 de julho em que ele foi declarado vencedor. Em contagem paralela dos votos, a oposição afirma que seu candidato, Edmundo González, derrotou o ditador.
Maduro, seu círculo de auxiliares e o setor de petróleo da Venezuela estão sob sanções dos EUA, e as evidências de interferência do regime no resultado da eleição aumentaram a perspectiva de que novas medidas possam ser impostas.
A ditadura venezuelana não respondeu aos questionamentos da CNN e da Reuters.