Um estudo do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, apontou que a circulação do coronavírus no Brasil começou na primeira semana de fevereiro, mais de 20 dias antes do primeiro caso ter sido diagnosticado e do Carnaval.
A pesquisadora da Udelar, Daiana Mir, (Universidade da República), do Uruguai, que participou do estudo, declarou:
“Observando os dois países onde já existe grande número de genomas sequenciados —China e Estados Unidos—, constatamos que a estimativa obtida a partir do número de mortes foi semelhante à obtida a partir da análise genética, validando a nova abordagem”.
De acordo com o InfoGripe, sistema da Fiocruz que monitora as hospitalizações de pacientes com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), análises moleculares detectaram um caso de infecção pelo novo coronavírus entre 19 e 25 de janeiro.
Já o aumento sustentado no número de infecções foi observado entre os dias 2 e 8 de fevereiro. O pesquisador do Laboratório de Aids e Imunologia Molecular do IOC/Fiocruz, Gonzalo Bello, coordenador da pesquisa, completou:
“Esse período bastante longo de transmissão comunitária oculta chama a atenção para o grande desafio de rastrear a disseminação do novo coronavírus e indica que as medidas de controle devem ser adotadas, pelo menos, assim que os primeiros casos importados forem detectados em uma nova região geográfica.”
O estudo foi realizado pelo Laboratório de AIDS e Imunologia Molecular do IOC/Fiocruz em parceria com a Fiocruz-Bahia, a Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e a Udelar, no Uruguai, destaca o jornal Folha de S.Paulo.