Em nota, Moro lamentou que a reportagem não indicasse a fonte das informações e o fato de não ter sido ouvido pela reportagem
Rádio Jornal / Foto: reprodução
O site The Intercept divulgou, na noite deste domingo (9), trechos de mensagens atribuídas a procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e ao então juiz Sérgio Moro, atual Ministro da Justiça, extraídas do aplicativo Telegram. Os alvos dessas conversas denunciaram recentemente que tiveram seus celulares hackeados ilegalmente. O “Intercept”, no entanto, disse que obteve os diálogos antes dessa invasão. Segundo o site, as informações foram obtidas de uma fonte anônima. O site diz que procuradores, entre eles Deltan Dallagnol, trocaram mensagens com moro sobre alguns assuntos investigados.
O jurista José Paulo Cavalcanti filho, acredita que a origem das informações é suspeita e que o vazamento não compromete a imagem do ministro Sérgio moro.
“Esse blog foi criado para denunciar o golpe de Dilma Rousseff. Portanto, a origem da notícia é suspeita. Eu acredito que esse caso vai dar em nada. Agora, há uma coisa delicada nisso que o ministro Moro e Dallagnol podiam ter dito que é mentira, que não tinha como provar que era verdade, e não disseram. Isso, pra mim, é prova de que a gravação da conversa efetivamente houve. Disseram que era ilegal, mas que não era mentira. Não vejo nenhum mal uma certa articulação de forças porque é um mínimo de coordenação contra a coordenação dos corruptores do lado de lá.”
O advogado criminalista Ademar Figueira, disse em entrevista a Rádio Jornal nesta segunda-feira, que já desconfiava da atuação do ex-juiz Sergio Moro.
“Todo o criminalista que atuou na Lava Jato desconfiava de que havia alguma relação de intimidade entre o Ministério Público e o juízo que conduzia as investigações, os processos na Lava Jato. Nós não sabíamos que havia essa relação de promiscuidade. Na verdade, o que se desvenda agora com essas receptações, com a divulgação dessas mensagens trocadas, principalmente entre Dallagnol e Sérgio Moro, é de que havia uma cumplicidade, uma relação simbiótica da acusação e do órgão julgador.”
Segundo o site “Intercept”, o então juiz Sérgio Moro orientou ações e cobrou novas operações dos procuradores da Lava Jato.
Em nota, Moro lamentou que a reportagem não indicasse a fonte das informações e o fato de não ter sido ouvido pela reportagem.
A defesa do ex-presidente Lula divulgou nota em que diz que: “a atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades”.
A força-tarefa da Lava Jato divulgou uma nota declarando que seus integrantes foram vítimas de ação criminosa de um hacker e que esse hacker praticou os mais graves ataques à atividade do ministério público, à vida privada e à segurança de seus integrantes.