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Escolas particulares sofrem para não fechar as portas em Pernambuco

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A crise também atinge as universidades particulares; setor segue sem data definida para reabertura

Por Natália Hermosa – Rádio Jornal / Foto: reprodução

As salas de aulas das instituições de ensino de Pernambuco estão vazias há quatro meses. Com as aulas suspensas desde o início da pandemia do novo coronavírus, as escolas particulares do estado estão enfrentando um desafio e tanto para se manterem com as contas em dia.

Em um colégio que fica no bairro no Parnamirim, em Recife, 30% dos pais cancelaram as matrículas. Um percentual considerado bem razoável, diante da realidade de outras escolas, mas, com um detalhe: os pais que decidiram ficar ganharam um desconto de 50% na mensalidade.

Uma iniciativa ousada, mas a única encontrada por Flávia Lyra, que é a dona da escola. No final do ano passado, ela investiu mais de R$ 300 mil nas obras de ampliação da unidade. Segundo ela, estava tudo correndo bem, até a chegada da pandemia. “Foi difícil, está sendo difícil. Pelo menos a gente está conseguindo manter as contas pagas. Várias escolas de colegas meus fecharam as portas porque não tinha recurso em caixa para isso e tiveram realmente que fechar as portas”, relatou Flávia.

A empresária revelou ainda que foi graças à iniciativa de reduzir o valor da mensalidade que ela conseguiu manter os pais adimplentes. E, assim, continuar com as obras, com a escola aberta e com a equipe de funcionários.

A expectativa agora é pelo retorno às aulas. Os trabalhos para se adequar à nova realidade estão a todo vapor. Desde a instalação de pias, dispense com álcool em gel e tapetes sanitizantes. Porém, nem todos os empresários do setor podem dizer o mesmo. Muitos colégios particulares estão em crise financeira, é o que lamenta o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco, José Ricardo Diniz.

“Das 2.400 escolas que temos em Pernambuco. 80% são dessas escolas que têm até 250 alunos. Delas, nós vamos ter metade que não retornaram às atividades presenciais. Como fica o restante das escolas particulares? O esforço que todas elas desenvolveram para cumprir as determinações, os protocolos.”

A crise na educação, provocada pela pandemia do novo coronavírus, não se restringe apenas às escolas. As universidades também passam por dificuldades, é o que alerta o empresário Rodrigo Bauier. “A gente têm ai como consequência que uma previsão de que 30% das instituições de ensino superior do Brasil, sobretudo as menores, aquelas que têm um caixa menos protegido podem acabar encerrando as suas atividades.”

O decreto que suspende as atividades presenciais nas escolas das redes pública e privada, além de faculdades e univesidades de Pernambuco por causa do novo coronavírus têm validade até o dia 31 de julho.

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