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Enrolado: Deputado que acusa governo de corrupção, procurou intermediária da AstraZeneca para negociar vacinas, diz depoente

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Foto: reprodução

Suposto representante de empresa que denunciou ex-diretor do Ministério da Saúde mostrou áudio hoje na CPI; deputado nega

Luiz Dominguetti, suposto vendedor de vacinas, afirmou nesta quinta-feira, 1°, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) procurou Cristiano Carvalho, representante da Davati Medical Supply, que seria intermediária da AstraZeneca no Brasil, com a finalidade de comprar vacinas contra o coronavírus. O depoente reproduziu um áudio enviado pelo congressista a Carvalho. Nele, um homem diz ao interlocutor — suposto representante da Davati — que teria um comprador de confiança, sem identificar para que tipo de produto.

“Se o seu produto estiver no chão, grava um vídeo, diz meu nome, para o meu comprador entender que é fato e encaminhar toda a documentação necessária, as amarras, as travas do contratos todos, bola para frente”, diz o homem identificado pelo depoente como Luis Miranda. Em seguida, Dominguetti afirma ter ouvido de Carvalho, representante da Davati, que o congressista tentava intermediar a aquisição de vacinas. Dominguetti teria recebido a gravação logo depois do depoimento de Miranda e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, à CPI, na sexta-feira 25 de junho.

Outro lado

Em reunião reservada com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e os senadores Marcos do Val (Podemos-ES) e Fernando Bezerra (MDB-PE), o deputado Luis Miranda declarou que o áudio apresentado por Dominguetti é de 2020. A negociação seria nos Estados Unidos e não se tratava de vacinas. Segundo Miranda, o áudio está editado para prejudicá-lo. Aziz disse que Luis Miranda está a caminho da superintendência da Polícia Federal para entregar a íntegra da gravação. Em coletiva de imprensa, Miranda afirmou que o depoente é um “cavalo de Troia” do governo na CPI.

Entenda

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Dominguetti revelou que, em fevereiro deste ano, Roberto Dias, agora ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde (MS), solicitou US$ 1 por dose da vacina da Oxford, irregularmente.

Conforme a notícia, a negociação envolvia 400 milhões de doses do imunizante por US$ 3,50 a dose, num custo total de US$ 1,4 bilhão (R$ 7 bilhões, na cotação atual).

Na oitiva de hoje, os senadores querem esclarecimentos acerca do suposto esquema, bem como informações sobre “o grupo” citado por Dominguetti — o executivo insinuou haver uma equipe responsável por fraudes no MS. Depois do caso, a pasta exonerou Roberto Dias.

AstraZeneca

O ex-diretor de Logística sustenta que a Davati Medical Supply argumentou ser intermediária da farmacêutica no Brasil. Em nota divulgada à imprensa, a AstraZeneca informou que não tem representantes no país. As tratativas para venda de imunizantes são feitas diretamente com governos.

Posição da Davati

Ao jornal O Globo, representantes da empresa Davati Medical Supply no Brasil, o empresário Cristiano Alberto Carvalho negou que o áudio do deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF), recebido por ele e divulgado na CPI da Covid por Luiz Paulo Dominguetti, tratasse da negociação de vacinas, como foi alegado. Segundo Carvalho, Dominguetti quer “aparecer”. (Revista Oeste)

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