Em visita ao Rio, para participar de campanha de combate ao Aedes aegypti, presidente falou pela primeira vez sobre investigações que miram o líder petista.
Por Fábio Motta/Estadão Conteúdo
A presidente Dilma Rousseff defendeu seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã deste sábado, durante visita à Favela Zeppelin, no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio, no Dia Nacional de Combate ao Aedes aegypti. Esta é a primeira vez que a presidente vem a público se manifestar a respeito das suspeitas contra Lula na Operação Lava Jato.
“Acho que ele está sendo objeto de uma grande injustiça. Eu respeito muito a história do presidente Lula e tenho certeza que este processo será superado, porque acredito que o país, a América Latina e o mundo precisam de uma liderança com as características do presidente Lula”, disse a presidente Dilma ao ser questionada sobre o encontro que teve na sexta-feira com seu antecessor.
Dilma e Lula acertaram um roteiro para afastar a crise do Palácio do Planalto, durante encontro realizado em um hotel em São Paulo, nessa sexta-feira. O ex-presidente é alvo da Operação Zelotes, que investiga um esquema suspeito de “compra” de medidas provisórias em seu governo.
Já o Ministério Público de São Paulo apura a suspeita de ocultação de patrimônio relacionada à compra de um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá. A Operação Lava Jato vasculha benfeitorias executadas por empresas envolvidas no escândalo da Petrobras em um sítio frequentado por Lula e sua família, em Atibaia, no interior paulista. Ele afirma que usa o sítio para descansar, mas garante não ser dono da propriedade.
Ao se pronunciar sobre a ação de combate ao mosquito Aedes aegypti em todo o país, a presidente Dilma reiterou que o Brasil corre atrás de décadas de abandono na área de saneamento. “No passado ganhamos a guerra contra a febre amarela e vamos ganhar contra o zika (vírus).” E pediu que não apenas as autoridades se engajem nesse esforço, mas toda a população, já que dois terços dos criadouros do mosquito estão dentro das residências. Ela citou que no Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas neste ano, está havendo uma ação dirigida. E falou também que sua gestão está colocando toda a estrutura de pesquisa no sentido de assegurar, “o mais rápido possível”, uma vacina contra o zika vírus.