O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, rebateu durante entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira (19) a declaração do candidato Fernando Haddad (PT), dada no dia anterior à mesma emissora, de que tinha certeza que seria apoiado pelo pedetista no segundo turno das eleições.
“Nem a pau, Juvenal. Eu não cedo a instituto de pesquisa a minha responsabilidade com o meu país”, disse Ciro ao ser questionado se já pensa na possibilidade. O candidato afirmou que a declaração de Haddad era uma “amostra de inexperiência e arrogância” do petista e seu partido. Ciro citou ainda a possibilidade de derrota do ex-prefeito de São Paulo para Jair Bolsonaro (PSL) em um eventual segundo turno, uma vez que a pesquisa Ibope divulgada nesta terça (18) mostra os dois candidatos empatados com 40 pontos percentuais nesse cenário.
“Ele está se precipitando como uma demonstração a mais de inexperiência e arrogância. A ‘petezada’ costuma cultivar uma certa arrogância, uma certa superioridade, que não sei de onde tiraram isso. Ele já se acha vitorioso, já se acha no segundo turno e sabe que é o candidato marcado para perder”, completou.
O pedetista também disse que é “diferente em tudo” de Haddad. Ele afirmou que o candidato petista continuará atendendo aos interesses do mercado e que está fazendo uma nova versão da “Carta ao povo brasileiro”, a exemplo de Lula, mas “agora em parágrafos”.
ADOÇÃO E ABORTO
Na entrevista, Ciro se recusou a responder de forma breve se é contra ou a favor da adoção de crianças por casais homossexuais e da legalização do aborto em qualquer situação.
No chamado “pinga-fogo”, rodada com perguntas e respostas objetivas que encerra a entrevista, o pedetista se estendeu ao explicar porque é contra o financiamento público de campanha e da prisão após condenação em segunda instância. O candidato começou a responder sobre adoção de crianças por homossexuais dizendo “acho que toda forma de amor é…”, quando foi interrompido pelo locutor, que lhe pediu para responder apenas com “sim ou não” ou não haveria tempo suficiente. O pedetista, então, disse “não quero responder”, mesma resposta dada ao ser questionado sobre aborto.
Ciro se declarou contra a taxação de igrejas, a intervenção militar no Rio de Janeiro e foro especial para políticos. Ele também disse vai reduzir o número de ministérios se eleito.