O ex-governador sequer falava mal dos adversários como ocorreu em suas duas campanhas para o governo estadual.
Por Inaldo Sampaio
Difícil prever o que Eduardo Campos estaria fazendo, como presidente nacional do PSB, diante dessa gigantesca crise política e econômica que destroçou a popularidade do governo, deixou milhões de trabalhadores sem emprego e está tirando o sono de outros milhões, que não veem perspectiva de melhora, pelo menos em curto prazo. Uma coisa, porém, é certa.
Ele estaria à procura de uma saída negociada porque tinha diálogo com Lula e o principal líder da oposição, Aécio Neves. Aprendeu com o avô, Miguel Arraes, que as ideias podem brigar, mas os homens, não. E não tinha preconceito contra adversários. Aliás, sequer falar mal deles costumava como ocorreu em suas duas campanhas para o governo estadual.
Alguns opositores não tentaram apenas derrotá-lo, mas também desmoralizá-lo. E ele soube seguir em frente. Se fosse vivo, talvez já tivesse proposto uma saída viável para a crise, algo que o PSDB não fez até agora.