Integrantes do PT insistem na estratégia de macular a imagem do Brasil no exterior para salvar o que resta do partido. O propósito é confundir a realidade de uma população de quase 210 milhões de pessoas
JC Online / Foto: Arte/JC
Enquanto passam os dias e o mundo não se acaba porque um ex-presidente condenado por corrupção foi para a cadeia – em cela especial, sob a tutela da Polícia Federal – integrantes do PT insistem na estratégia de macular a imagem do Brasil no exterior para salvar o que resta do partido.
O propósito é confundir a realidade de uma população de quase 210 milhões de pessoas e o destino do grupamento político que tem vários líderes e ex-colaboradores presos por crimes de corrupção, apontando a mira para a plateia de outros países. Especialmente depois que a mobilização popular contra a prisão do ex-presidente não foi a esperada pelos petistas. Apesar da liderança de Lula nas pesquisas para uma eleição que dificilmente contará com a participação dele, o povo brasileiro dá mostras de que não engole a fábula do PT.
A narrativa que começa pela direção do partido e se estende para a militância e o público desavisado assume o tom denunciatório para afirmar, sem a menor cerimônia, que a democracia brasileira é ilusória – por não caber, nesta democracia, a impunidade ao PT.
Tanto a presidente do partido, Gleisi Hoffman, quanto Dilma Rousseff, para citar apenas duas lideranças que costumam ser as porta-vozes do lulismo, costumam bater na tecla da injustiça cometida a Lula por perseguição política. Como se a defesa não houvesse usado e abusado da prerrogativa de recursos para adiar a condenação.
A própria Gleisi, aliás, e seu marido, Paulo Bernardo, são réus na operação Lava Jato. A senadora pelo PT do Paraná, sob o manto do foro privilegiado, é acusada de receber R$ 2,4 milhões de empresas fornecedoras da Petrobras. Compreende-se, assim, por que a senadora se mostra tão preocupada quando o assunto é o combate à corrupção no Brasil.
Se contraria tanto a vontade do povo brasileiro, como narra o PT, por que não há sinal de tal contrariedade nas ruas? Se é continuação de um “golpe”, iniciado pelo impeachment de Dilma Rousseff, porque o PT, desde o referido “golpe”, não se abstém de participar do processo democrático – que o próprio partido chama de farsa?
Do julgamento de Dilma no Congresso ao de Lula por diversas instâncias do Judiciário, os advogados do PT contaram com toda a liberdade para defender e divulgar suas posições. E o partido que propaga a falta de democracia no Brasil não faz questão de manter seus representantes no poder, seja no Executivo, seja no Legislativo, em todo o País? Ou de fazer planos para substituir Lula na candidatura à presidência, assim como de tecer alianças que muitos de seus eleitores podem considerar bizarras, visando voltar ao poder, em qualquer Estado, no ano que vem? A democracia só é falsa se o PT estiver do lado de fora dos governos, de acordo com a narrativa petista.
A magnitude da incoerência que ataca a democracia enquanto faz, dela, mau uso, mistura-se ao delírio persecutório estimulado na militância. A fábula do PT é ao mesmo instante sinal de desespero e prova de má-fé.