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E tome flecha: Janot deve pedir prisão do seu ex-braço direito que atuou escondido para JBS

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Marcello Miller é suspeito de fazer jogo duplo e pedido pode ocorrer ainda nesta sexta

Por Jailton de Carvalho-O Globo/ Fabio Guimaraes

BRASÍLIA — A Procuradoria-Geral da República deve pedir a prisão preventiva do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de fazer jogo duplo, ou seja, atuar como investigador do grupo de trabalho da Lava-Jato e, ao mesmo tempo, defender os interesses de executivos da J&F no início deste ano, conforme entendimento unânime da equipe de auxiliares mais próximos do procurador-geral Rodrigo Janot.

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Para estes assessores o pedido deveria ocorrer ainda nesta sexta-feira. A equipe do procurador-geral considera que ao patrocinar a defesa do empresário Joesley Batista e outros delatores da J&F, controladora da JBS, o ex-procurador incorreu em crimes como envolvimento com organização criminosa, exploração de prestígio e obstrução de justiça.

Como o GLOBO mostrou, o procurador-geral está decido a pedir também a prisão de Joesley Batista e do ex-diretor de Assuntos Institucionais da J & F Ricardo Saud. É dado como certo também que eventuais pedidos de prisão de Miller, Batista e Saud seriam acolhidos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ministros do STF teriam se irritado com o conteúdo de uma conversa de quatro horas entre Batista e Saud. Na conversa, gravada involuntariamente, os dois falam sobre arrancar do ex-ministro José Eduardo Cardozo revelações comprometedoras sobre ministros do STF.

Os dois também discorrem sobre contatos e favores recebidos de Miller no período que pré-tratativas do acordo de delação premiada deles e de outros executivos da J&F. Miller pediu exoneração em 5 de março desde ano, mas a portaria só passou de demissão só passou a valer a partir de 5 de abril. Neste período ele teria se apresentado como advogado e atuado em defesa dos interesses dos executivos da J & F.

Para auxiliares do procurador-geral, Miller traiu a confiança de Janot e colocou em risco importantes investigações derivadas do acordo de delação dos executivos. Nas discussões internas da equipe de Janot, isso configuraria obstrução de justiça, organização criminosa e exploração de prestígio.

Batista e Saud entregaram os áudios na quinta-feira da semana passada, último dia do prazo para a apresentação de todos os documentos prometidos no acordo de delação. Surpreendido com o conteúdo do diálogo, Janot anunciou, na segunda feira, abertura de um processo de revisão do acordo de delação dos executivos.

Em depoimentos prestados ontem, Batista, Saud e o advogado Francisco de Assis, também delator, disseram que as referências aos ministros do STF, eram bravatas típicas de conversa de bêbados. Eles teriam bebido uísque enquanto conversavam sobre as estratégia para obterem aos acordo de delação com imunidade penal.

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