Na noite que antecedeu o lançamento oficial de sua pré-candidatura ao governo de Pernambuco e filiação ao Democratas, no sábado (25), o atual prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, concedeu um jantar à imprensa ao lado de Mendonça Filho, ex-ministro da Educação e presidente estadual da sigla, e do seu irmão, o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE).
Uma ausência, contudo, chamou muito a atenção dos jornalistas presentes no restaurante Forneria 1121, em Boa Viagem: a deputada estadual Priscila Krause (DEM), que promete marcar presença no evento oficial de filiação deste sábado.
A amizade de Priscila com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), que se movimenta para lançar o nome à disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, chama a atenção, uma vez que Mendonça Filho apoia inteiramente a candidatura de Miguel, com defesa de chapa única no eixo de oposição à Frente Popular.
Durante o jantar, contudo, Miguel Coelho fez questão de afirmar que a deputada tem “fidelidade” ao DEM e compreende a escolha estratégica de fusão do DEM com o PSL. Priscila tem, segundo Miguel Coelho, uma história que é irrevogável, e uma “relação de lealdade e amizade com Mendonça”.
“A primeira pessoa que procurei quando anunciei minha candidatura foi Priscila. Fomos deputados juntos, nossa relação é muito transparente e Priscila sabe o objetivo do Democratas, seja estadual ou nacional, que é fortalecer o partido. A fusão com o PSL dá outra robustez, o resultado disso é virar o maior partido do Brasil. Ela vai estar conosco amanhã, acredito que tem muito a contribuir conosco e sou grato pela forma como ela me recebeu”, disse Miguel.
O prefeito de Petrolina também comentou a recente reunião suprapartidária do PL, PSDB, Cidadania e PSC, na quinta-feira (23), que resultou no anúncio de uma aliança para dar “o primeiro grande passo para formar uma ampla frente e incorporar todas as forças políticas que quiserem integrar esse movimento”, mas não incluiu o DEM.
Miguel afirmou, contudo, que a oposição permanece unida em torno do propósito de apresentar “um novo projeto” para Pernambuco. “Não existe bloco ‘A’ ou bloco ‘B’, é a oposição como um todo unida. Eu falo com Anderson (Ferreira, prefeito de Jaboatão dos Guararapes), falo com Raquel (Lyra, prefeita de Caruaru) toda semana”, disse.
Ele frisou que defende, no que diz respeito ao número de chapas que a oposição poderá formar, que se tenha no mínimo uma estratégia considerando um adversário comum, que é o PSB. “Se vai ser chapa única ou se vai ser interessante ter duas chapas…ainda está muito distante, mas a estratégia tem que ser compartilhada e isso a gente já está fazendo (…) Só não pode ter, como no Recife, oito candidaturas”.
Ao ser questionado se foi convidado para o encontro do PSDB, PL, PSC e Cidadania, Miguel afirmou que considera a organização partidária legítima, positiva para a oposição e confirmou o convite, mas que não compareceu devido aos preparativos para o evento de filiação.
Aparentando nervosismo diante da pergunta, ele ainda disse a repórter que “nem tente criar uma separação que não existe” entre a oposição, pois, segundo ele, “todos me apoiavam em 2016 e 2020, tem essa relação próxima que a gente já tinha construído antes. Então, não teve isso de chamar ou não chamar, foi um movimento da oposição em prol da oposição”.
Para sua pré-campanha, Miguel Coelho afirma que pretende percorrer diversas cidades de Pernambuco, em todas as regiões do estado, com o objetivo de mostrar o “Pernambuco real”, distinto da propaganda do governo do estado até os primeiros meses de 2022. O objetivo, segundo ele, será montar um programa de governo não do DEM, mas da oposição ao PSB como um todo.
“É muito claro que o pernambucano está insatisfeito e tem o direito de estar. Cabe a nós, lideranças políticas, entender esse sentimento”, disse o pré-candidato do DEM ao Palácio do Campo das Princesas. (Diário de Pernambuco)