“Pernambuco não caiu, está em pé”, disse Câmara, quando se deteve ontem no Sertão, a uma análise mais demorada sobre os efeitos das consequências da crise nos Estados.
Por Magno Martins / Foto: reprodução
Uma frase do governador Paulo Câmara (PSB), na entrevista que concedeu aos companheiros Nill Júnior e Anchieta Santos, da Rádio Pajeú, ontem, Afogados da Ingazeira, chamou a atenção de muita gente. “Pernambuco não caiu, está em pé”, disse quando se deteve a uma análise mais demorada sobre os efeitos das consequências da crise nos Estados.
Traduzindo para um bom português, o que Câmara quis dizer foi que, apesar do tsunami na economia nacional, que arrastou sete Estados para o fundo do poço, Pernambuco resiste sem maiores efeitos colaterais graças a uma série de medidas tomadas por ele, com a experiência que acumulou de secretário da Fazenda e da Administração na gestão Eduardo Campos, para o Estado não sucumbir também.
O governador, apesar de todos os percalços, não atrasa salários, como a maioria dos Estados, e teve até a ousadia de conceder reajuste para algumas categorias, como a Polícia Civil e o acordo recente com a Polícia Militar. Pode até não ser lá essas coisas, mas em meio à brutal recessão que provocou tempos bicudos é algo digno de ser comemorado.
Se alguém acha que não é nada, mas obrigação do Estado, o Rio de Janeiro, que já foi um Estado rico e próspero, está dividindo o salário mês a mês dos servidores e o 13º salário, obrigado a ser pago em duas parcelas, foi rateado em 12 parcelas. Pernambuco não é uma ilha, mas, segundo o governador, está fazendo o dever de casa para escapar das garras da crise.
“É a maior crise da história da República”, disse Câmara, adiantando que tem trabalhado muito nos últimos dias para tentar deixar o Estado de pé. “Já tem muita gente ai caindo e para não cairmos também é preciso recorrer ao remédio mais adequado que é economizar e usar o pouco que tem em prioridades”, afirmou.
Por onde passou ontem, na primeira edição do novo modelo de seminários, o governador acabou sendo muito questionado, como se previa, sobre o agravamento da violência no Estado. “A violência é o maior desafio de todos os gestores. Nós estamos enfrentando com todas as nossas armas disponíveis”, disse. Para ele, não foi surpresa as cobranças por medidas para eficazes, capazes de não comprometer por inteiro o Pacto pela Vida, porque há de fato um crescimento da violência que precisa ser enfrentado.