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Dólar sobe 20% no ano, pressiona inflação e efeito colateral pode ser dose maior de juros

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

Em mais um dia de incertezas externas, pela eleição nos EUA e o ritmo da atividade por lá, e internas, pela falta de notícias concretas do ajuste fiscal em estudo pelo governo federal, o dólar bateu a máxima de R$ 5,86 na manhã desta sexta-feira, para depois atenuar a alta para a casa de R$ 5,82, por volta do meio-dia.

No ano, a valorização da moeda americana já chega a 20%, após fechar 2023 em R$ 4,85. O grande problema dessa forte alta em um curto espaço de tempo é o impacto que isso tem nas expectativas de inflação.

Segundo o economista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, para cada 10% de alta da moeda americana, a estimativa é de que o IPCA aumente cerca de 0,4 ponto. Isso ajuda a entender por que o Banco Central tem tido dificuldade de “ancorar” as expectativas do mercado, ou seja, fazer com que os economistas projetem a inflação no centro da meta de 3% nos próximos anos.

Como nem toda a alta do dólar estava no radar dos especialistas, a expectativa é que, mantido o patamar atual, as projeções de inflação voltem a piorar nas próximas semanas. Leal alerta que o impacto no IPCA pode chegar a 1 ponto porcentual caso o dólar encoste em R$ 6,00.

“Considerando que há um ano o dólar estava perto de R$ 4,85, se for para R$ 6,00 é uma valorização de quase 25%, o que poderia impactar o IPCA em até 1 ponto”, explicou. (Estadão)

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