Os alvos são o presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), Albérisson Carlos da Silva, o vice da entidade, Nadelson Leite Costa, e o sargento Glaudstony Wanderley Galvão.
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Dois dirigentes de associação de policiais militares e um sargento foram expulsos pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS). Depois que o documento circulou nas redes sociais nessa sexta-feira (16), a portaria assinada pelo secretário Ângelo Gioia foi publicada no Diário Oficial neste sábado (17). Os alvos são o presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), Albérisson Carlos da Silva, o vice da entidade, Nadelson Leite Costa, e o sargento Glaudstony Wanderley Galvão.
Os dirigentes estão sendo acusados de tecerem críticas e “comentários desonrosos” ao então secretário Alessandro Carvalho e ao governador Paulo Câmara (PSB) em vídeos divulgados nas redes sociais no período em que corria as negociações salariais dos PMs. Os dirigentes da ACS respondiam a processos administrativos e chegaram a ser presos em dezembro do ano passado.
No documento, considerando a conclusão do processo administrativo, afirma-se que os comentários dos militares foram “falaciosos e consequentes”. “Aproveitaram-se de um momento acirrado de negociações salariais, buscaram tão somente fragilizar a hierarquia e disciplina, pilares básicos da instituição militar, fomentando a insubordinação dos seus membros contra superiores, no caso em tela, contra o secretário de Defesa Social e contra o governador de Pernambuco”, diz.
Também é registrado no documento que ainda tramita na Vara de Justiça Militar Estadual uma ação penal na qual os dois líderes da Associação de Cabos e Soldados respondem pelo crume previsto no artigo 166 do Código Penal Militar, que proíbe a publicação ou crítica indevida.
Outro lado
O presidente da ACS, Albérisson Carlos, disse que caso confirmado vai acionar a justiça. “Eles não deram nem a mim e nem a Nadelson o direito de ouvir nem a mim e nem a Nadelson e nem o direito de defesa com testemunha, o que mostra a arbitrariedade do governo”, argumentou.
“Estão ferindo o princípio de defesa. O processo para ser concluído precisa ser acima de tudo ser ouvido; depois de ouvido e a comissão emite o relatório pedindo a exclusão, onde colocam o número da portaria e a data da publicação”, explica. Albérisson também disse que suas palavras no vídeo não fazia referência a pessoa de Paulo Câmara. “É uma atribuição de um presidente que representa uma entidade fazer críticas ao governador”, esclarece.
Para o dirigente da entidade, o parecer do secretário foi político. “Há muito tempo que eles querem nos tirar. Nós vamos entrar com uma ação quando tomar ciência porque ainda não é oficial. Vamos caminhar com todos os recursos, vamos entrar na justiça se persistir a exclusão”, finaliza.
O departamento jurídico da associação emitiu uma nota afirmando que “não se poderia esperar outra atitude de um governo, que durante todo o processo de campanha salarial da categoria utilizou-se sempre da arbitrariedade, inclusive prendendo seus líderes”.
A defesa dos dirigentes também afirmou que a “conduta objetiva lançar uma cortina de fumaça para esconder a péssima gestão da segurança pública com aumento explosivo da violência em Pernambuco, sobretudo no que concerne o número de homicídios”.
Em nota, o jurídico diz que tomará medidas administrativas e judiciais para sanar a “decisão ilegal”.