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Dilma diz que ‘não sobraria ninguém’ no país por ‘pedaladas fiscais’

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altA petista voltou a chamar o grupo do vice-presidente Michel Temer de “golpista” e “usurpador”

Folha de São Paulo

Como reação à possibilidade de ser afastada temporariamente do cargo nesta semana pelo Senado Federal, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (9) que lutará com todos os instrumentos democráticos que detém para impedir a interrupção “ilegal” e “usurpadora” de seu mandato.

Em inauguração de novo terminal do Aeroporto Santa Genoveva, a petista voltou a chamar o grupo do vice-presidente Michel Temer de “golpista” e “usurpador” e disse que não sobraria nenhum gestor público no país caso fossem aplicados os mesmos critérios adotados contra ela em relação às chamadas “pedaladas fiscais”.

Segundo ela, não há crime na assinatura dos decretos de créditos suplementares, que também foram assinados pelos seus antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

“Antes de mim, outros presidentes fizeram decretos iguais. O FHC fez trinta decretos, o Lula fez quatro e eu fiz seis. Houve algum problema anterior ao meu caso? Não houve”, questionou. “Sobraria alguém neste país se aplicassem as regras aplicadas a mim para todos os gestores públicos? Não sobraria ninguém, porque não é crime, é golpe”, acrescentou.

A petista disse ainda que os próprios autores do pedido de impeachment de seu mandato reconhecem que houve “desvio de poder” no processo do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ela lembrou de declaração do jurista Miguel Reale Júnior, segundo a qual o peemedebista acolheu o pedido em meio a uma “chantagem explícita”.

“Eu vou lutar com todos os instrumentos que eu tenho, democráticos e legais, para impedir a interrupção ilegal e usurpadora do meu mandato por traidores, por pessoas que não têm condições de se apresentar ao país e de se eleger. Vou lutar porque o povo brasileiro merece respeito e consideração. A democracia, sem dúvida, é o lado certo da história e a história também julgará os golpistas e usurpadores”, criticou.

A presidente disse ainda acreditar que a inflação terminará o ano “muito próxima da meta”, “abaixo de 7%”. “É verdade que a gente enfrenta desafios na economia, mas não esqueçam que estamos tendo os maiores saltos comerciais dos últimos anos”, afirmou. 

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