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Dia “D” do voto impresso  

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Foto: reprodução

Por Magno Martins

A Proposta de Emenda à Constituição que institui um sistema de impressão de votos acoplado às urnas eletrônicas deve ser votada, amanhã, pelo plenário da Câmara dos Deputados. Líderes dos mais diversos partidos afirmam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que colocará o tema em pauta rapidamente. Líderes da base aliada do governo e do Centrão se reunirão em um almoço, hoje, para bater o martelo sobre a votação.

O almoço com o grupo é normalmente realizado às terças-feiras, mas foi antecipado para se discutir o voto impresso. No fim da tarde de sexta-feira, Lira anunciou que levaria a proposta ao plenário mesmo ela tendo sido rejeitada pela comissão especial que a analisou. Lira pretende, com a votação em plenário, enterrar de uma vez a ideia de mudar a Constituição para criar um sistema de impressão de votos acoplado às urnas eletrônicas. Não há apoio suficiente à proposta entre os 513 deputados.

A derrota do projeto é quase certa. Em tese, isso deixaria Jair Bolsonaro sem argumentos para contestar a Justiça Eleitoral sobre o tema. Segundo Lira, a deliberação da proposta por todos os deputados resultará em uma decisão “inquestionável e suprema”. Na prática, há duas possibilidades de um texto não aprovado pela comissão especial avançar para a análise em plenário, onde os 513 deputados podem votar. Uma delas ocorre quando o número de até 40 sessões realizadas pela comissão é ultrapassado.

Os defensores do voto impresso trabalham em cima do fato de que a comissão especial, que rejeitou a proposta, quinta-feira passada, não tem poderes para tal, apenas opinativo. Desta forma, o plenário vai ser chamado a deliberar, conforme já decidiu Arthur Lira. “Comissão Especial de PEC não é terminativa. Logo, a palavra final é do plenário”, explica o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz.

Força da mobilização – Do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, ao comentar as recentes manifestações de ruas pelo voto impresso: “Eu acho que todas as modificações, as mudanças que têm havido no Brasil têm acontecido a partir do povo nas ruas, a partir de uma confiança de que o impossível pode acontecer.  Está muito frequente agora essa coisa de que a política é a arte do possível. Na verdade, eu acho que só o povo pode transformar o impossível em possível, só o povo pode transformar aquilo que é mais uma barreira imposta pelo sistema”.

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