Secretário executivo de Relações Municipais, Marcelo Canuto minimiza riscos de desvios com o controle das emendas pelos órgãos de fiscalização.
JC Online
Se em 2014 as emendas para shows foram uma “febre”, este ano o foco é o Instituto de Pesquisas Agronômicas (IPA) da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária. Do total de R$ 63,7 milhões do Orçamento Impositivo, o IPA tem R$ 15,7 milhões para ações contra a seca e de abastecimento de água, a maioria perfuração de poços, outras construção de barreiros e terraplenagem de estradas rurais. Uma repentina preocupação com a crise hídrica provocada pela longa estiagem.
Com a preferência das emendas pelo IPA, surge uma preocupação que, em 2014, esteve voltada para cachês e shows. Quem vai conferir a execução da hora-máquina paga pelo IPA? O secretário executivo de Relações Municipais, Marcelo Canuto, minimiza riscos de desvios. “As próprias secretárias e órgãos executores fiscalizam, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também e o Ministério Público (MPPE) acompanha. Não existe privilégio na hora de liberar. As emendas estão sujeitas a todas as formas de controle. Os deputados só indicam a destinação”, repara.
Na hora de comparar prioridades, o setor de educação – primeiro lugar nos discursos – figura apenas na 11º posição, com R$ 1,3 milhão para convênios. “Os deputados consideram que já há um percentual constitucional para o setor”, justifica o secretário de Relação com a Alepe, André Campos. Perde para a Empetur – foco das desconfianças em 2014, com R$ 6,3 milhões – e as Secretarias dos Transportes (R$ 8,6 milhões) e Cidades (R$ 7,7 milhões), como exemplos.
Alguns setores minguam em recursos de emendas. Para a Universidade de Pernambuco (UPE), que mantém o Hospital Oswaldo Cruz, os deputados destinaram R$ 240 mil. Pior para as Secretarias da Mulher e de Defesa Social (SDS), cada uma com R$ 50 mil. “O que acontece muito é a movimentação política. As entidades se articulam para ter destinação. Quem não se movimenta para pedir, não consegue”, explica André Campos.