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Depois de brigar com os fatos, jornalistas estão brigando com o povo

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Foto: reprodução

Por Alexandre Garcia

Estou notando que muita gente no jornalismo expressou surpresa pelo público que lotou as ruas e praças de praticamente todas as cidades brasileiras nas manifestações do dia 7 de setembro. Em geral, a gente só vê as grandes capitais, mas eu vi imagens de cidades do interior do Maranhão, do Acre, do Rio Grande do Sul, de toda parte. Foi no país inteiro. Isso surpreende muitos porque certamente estão acreditando nas pesquisas, embora tenham sido enganados pelas pesquisas em 2018. Mas estão insistindo naquele “me engana que eu gosto” e aí se surpreendem quando aparece um mar de gente, embora tenham feito a maior propaganda de que haveria violência nas manifestações para ver se as pessoas ficariam em casa. Na Avenida Paulista, em São Paulo, chegou a ter chuva, e mesmo assim ela esteve superlotada. Foi um mar de gente.

As pessoas não se dão conta do “passar recibo”. Estou falando de colegas meus. Contam que Flores da Cunha era viciado em pôquer e jogava no Jóquei Clube do Rio de Janeiro. Certa vez, ele estava jogando e havia um sujeito atrás dele, “peruando” o seu jogo. Ele estava com todas as cartas para ganhar aquela rodada e jogou tudo errado. Olhou para trás e disse: “Sofre, peru”. Estou vendo que os que foram “peruar” as manifestações estão sofrendo.

Houve até aquela história da pergunta para o Aldo Rebelo, que foi ministro dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, foi filiado ao Partido Comunista do Brasil e atualmente está no PDT. Perguntaram a ele o que achava dos bolsonaristas “se apropriando” da bandeira nacional. Óbvio que a bandeira nacional é de todos. Então ele respondeu que as pessoas de esquerda jogaram a bandeira no chão, adotaram a bandeira vermelha, e isso foi a oportunidade para que Bolsonaro e seus seguidores erguessem a bandeira nacional. Bandeira que foi pisoteada pelos seguidores do outro lado, pisoteada e queimada como aconteceu em Curitiba e na Califórnia.

O mais grave de tudo é que esses colegas jornalistas, que têm brigado contra os fatos desde meados de 2018, agora estão brigando com o povo. Estão xingando o povo que foi para a rua, essa massa que foi para a rua. Estão esquecendo que a democracia é o governo do povo para o povo, o governo da maioria.

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