Por Magno Martins
Marília Arraes, candidata do PT à prefeita do Recife, perdeu uma excelente oportunidade de nocautear o adversário João Campos (PSB), quando lhe caiu no colo a temática corrupção como pergunta ao adversário no debate da TV Jornal, encerrado há pouco.
Recife é campeã em recebimento de transferências de recursos federais da Covid-19. Bolsonaro aportou aqui R$ 3 bilhões. Essa dinheirama ninguém sabe onde foi parar, mas os escândalos apareceram aos montes, num balaio que envergonha a sociedade recifense.
Deveria ela ter perguntado ao candidato-mirim sobre o cipoal de desvios em compra de material médico supostamente a ser usado no enfrentamento da pandemia, que está dando muito trabalho à PF e ao Ministério Público. O Recife, do prefeito Geraldo Júlio, que o imberbe esconde de vergonha, foi para as páginas policiais do País inteiro. Está sob investigação, depois de seis operações da Polícia Federal, uma penca de contratos cabeludos. Só para a compra dos famosos respiradores de porcos foram R$ 11 milhões destinados a uma empresa fantasma, com capital de giro de apenas R$ 50 mil.
João falar que é limpo e honesto, sendo apoiado por gente que desvia dinheiro federal para salvar a vida de quem agoniza num leito de hospital, só tem uma definição: cara de pau. Cobrar, por outro lado, de Marília explicações de uma ação arquivada e requentada pelo MP diante do mar de lama que emporcalha a cidade, é querer subestimar a inteligência dos recifenses.