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Daniel Torres: Travas do polo gesesseiro

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Foto: reprodução

A larga escala de ocorrência de gipsita no Polo Gesseiro do Araripe permite que o Estado de Pernambuco figure como a principal reserva brasileira deste mineral. A ampla aplicabilidade do gesso na construção civil que vai desde o uso como insumo na produção de cimento, como na construção de divisórias internas de prédios, forro, revestimento, como também no setor agrícola como corretivo de solo. A Região do Araripe concentra cerca de 80% da produção brasileira.

GARGALOS DO MAIOR PRODUTOR NACIONAL
A região reside em drásticos problemas de desenvolvimento, com uma organização logística de transporte ineficiente, chegando a prejudicar o transporte de carga e aumentar consideravelmente o preço de fretes para o escoamento da produção do minério tanto ele in natura para atender as cimenteiras, e as grandes fronteiras agrícolas espalhadas pelo país, como também escoar a produção manufaturada para atender grandes construtoras. Conta ainda a indisponibilidade de uma fonte energética alternativa que substitua a lenha largamente utilizada nos fornos. E a falta de implementação de “inteligência de negócios”.

DEFASAGEM TECNOLÓGICA
O relato desse assunto merece um capítulo à parte. Infelizmente, o setor tem avançado mais lentamente que o desejável. Muitos donos de empresas utilizam práticas de produção e gerenciamento bastantes arcaicas. Desde a formação do Polo Gesseiro do Araripe por volta do ano 1960, não foram suplantadas barreiras institucionais no que diz respeito às normativas técnicas como o setor precisa, incentivos fiscais, de volume de capital financeiro necessário, o que por sua vez favoreceu a formação de um tecido empresarial frágil, carente de conhecimentos em boas práticas de gestão de produção e qualidade.

TRANSNORDESTINA FUNDAMENTAL
Uma das consequências nocivas de todas as problemáticas aqui já citadas, considera-se também a vulnerabilidade dos produtores locais sofrerem a concorrência de grandes empresas muito mais avançadas na área tecnológica se instalarem na região, ou com a implantação da ferrovia Transnordestina o ramal para o Porto de Suape, atrair empresas para se instalar no complexo portuário, incentivadas por benefícios fiscais, algo que a região do Polo Gesseiro do Araripe não tem como dispor.
Por Daniel Torres Araripe
Empreendedor social e comentarista político
Fonte: www.opoder.com.br

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