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Daniel Torres Araripe: Cumprir palavra não é o forte do Presidente

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Foto: reprodução

Isolado e enfraquecido politicamente e sem saída Bolsonaro pede desculpas e afirma que vai obedecer as decisões do STF. Assombrado com o espectro crescente nos bastidores da política da possibilidade do impeachment. Acossado pela crise econômica também crescente, desemprego, inflação, o presidente recorre ao seu anjo da guarda ex-presidente Michel Temer para socorrê-lo. Não é a primeira vez que Temer socorre o Bolsonaro, quando deputado federal fez ameaças de morte ao então Presidente Fernando Henrique Cardoso, e quase foi cassado, graças a intervenção a época de Temer que o salvou. Desta vez mediante as barbaridades proferidas durante o Movimento de 7 de setembro em que ameaçou o Supremo Tribunal Federal – STF na pessoa no ministro Alexandre de Moraes que o chamou de canalha, que não iria cumprir nenhuma decisão do ministro. Ameaças de rompimento institucional eram uma constante na agenda do Presidente.

Esse recuo estratégico de hoje, mostra um governo acabado que mal começou. Perdido que só pitomba em boca de banguelo, perdido que só cego em tiroteio. Um dia toma uma posição esdrúxula, radical, no dia seguinte volta atrás. Um Presidente descontrolado emocionalmente que muitas das vezes age no calor da emoção.

Antes tarde do que nunca, apesar das circunstâncias o obrigarem a mudar de posição repentinamente. Resta saber até quando ele mantém a palavra. O risco é ele passar pelo cercadinho do Palácio junto aos seus apoiadores e mudar tudo. O risco é ele passar por um batalhão de repórter e mudar tudo. Dentro de um gabinete no ambiente frio de um ar condicionado ele é uma pessoa, no meio da rua ele é outra.

Cumprir palavra não é o forte do Presidente. Quando o Ciro Nogueira chegou ao Palácio para ser o seu ministro, Bolsonaro prometeu ao Centrão de avaliar as suas posições, ser mais contido nas suas falas, e nada disso aconteceu, ao contrário ficou pior. Resta agora mediante compromisso assumido com Temer, ele manter a palavra.

O Brasil não precisa de um Presidente que só crie crises, precisamos de um Presidente que administre crises, seja política ou econômica. O Brasil precisa de um líder e não de um moleque que toma posições ao seu bel prazer. Vejo alguns formadores de opinião passando pano para o Presidente até o chamando de estadista por ter recuado e voltado atrás em suas posições alegando que ele está defendendo o bem da população. Nada disso, ele está pressionado mediante as circunstâncias negativas da sua fala em 7 de setembro, onde o mercado de capital, a bolsa despenca, o dólar aumenta e a crise econômica só se agrava. Ele recua porque a ideia do golpe que ele tanto quer, no fundo ele não contou com o apoio irrestrito das Forças Armadas.

A frase na boca do presidente é TEMER SALVE O MEU MANDATO!
Quem sabe por traz dessa estratégia não tenha um compromisso político dele terminar o mandato em paz, e não concorrer ao cargo no ano que vem. De livra-lo de responder processos judiciais após o término do seu mandato. Livrar ele e a família da cadeia. Quem sabe não vem um Temer de volta, ou alguém do MDB para sucedê-lo?
Opinião (Daniel Torres Araripe – Empreendedor Social

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