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Crise entre Moro e Bolsonaro divide pernambucanos

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Foto: reprodução

JC Online

O desembarque do ex-ministro Sérgio Moro do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ocorreu na última sexta-feira, e a crise que sucedeu a demissão dividiram eleitores bolsonaristas entre os que ficaram ao lado do militar da reserva e aqueles que apoiaram a decisão do ex-juiz da Lava Jato. No meio político pernambucano não foi diferente. Nomes que durante as últimas eleições aparentavam ter visões semelhantes quanto à condução do País, agora estão em lados opostos da trincheira.

O ex-governador e ex-ministro Mendonça Filho (DEM), por exemplo, declarou voto em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, mas, em meio às denúncias feitas por Moro ao entregar o cargo, diz apoiar o ex-juiz em sua decisão de deixar o Ministério da Justiça. “O Brasil, a sociedade e o governo perderam com a demissão do ministro Sergio Moro. Lamento muito que, no meio de uma pandemia com consequências sociais e econômicas gravíssimas, o país assista a uma sequência de decisões que contrariam os interesses do povo brasileiro. Manifesto minha solidariedade ao ministro Moro por tudo que ele representa: honestidade, coragem, combate ao crime organizado e à corrupção”, afirmou Mendonça, em publicação no seu perfil do Instagram.

Durante entrevista coletiva antes de entregar o cargo, Moro afirmou que estava tomando aquela atitude porque, entre outras coisas, o presidente estaria tentando interferir politicamente na Polícia Federal. Bolsonaro negou as acusações, mas o ex-ministro entregou ao Jornal Nacional, da TV Globo, registros de supostas mensagens que o presidente teria lhe enviado, o que comprovaria as denúncias.

Pré-candidata a prefeita do Recife, a delegada Patrícia Domingos (Pode) também optou por ficar ao lado de Moro, que foi um dos protagonistas da Operação Lava Jato. “Não é tarefa fácil combater os poderosos. É uma luta em sua grande parte, desigual. O que nós demonstramos hoje é que há, sim, esperança neste país. Há sim pessoas de bem que prezam pela justiça e fazem dela um instrumento para o bem comum. Que brigam sim, por cada centavo do dinheiro público. Que priorizam a liberdade de suas instituições”, comentou Patrícia, referindo-se ao pedido de demissão do então ministro.

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