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Crise: Com problemas de caixa, estados sobem ICMS e pressionam ainda mais a inflação

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Foto: reprodução

No primeiro trimestre, os preços dos alimentos e bebidas tiveram alta de 3,03% na região metropolitana do Recife, de acordo com o IBGE

Alimentos e bebidas estão entre os itens que mais pressionaram a inflação no primeiro trimestre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo teve a segunda maior alta entre os pesquisados: 2,88%, pouco mais do que o dobro da inflação geral. A alta foi provocada por questões climáticas, como o El Niño, mas também por aumentos nos impostos estaduais.

Várias unidades da federação têm problemas de caixa. Em seu conjunto, os governos regionais (estados e municípios) registraram déficit primário de R$ 15,2 bilhões em 12 meses até fevereiro, segundo o BC.

Para tentar melhorar as contas, governadores recorreram a aumentos no ICMS, o principal tributo estadual. Um levantamento da Mix Fiscal, empresa especializada em monitoramento de tributos para o varejo, mostra que só neste ano 11 unidades da federação elevaram as alíquotas do imposto – BA, CE, DF, GO, MA, PB, PE, PR, RJ, RO e TO.

“O aumento dos impostos força os supermercadistas a repassar os preços dos alimentos ao consumidor e, consequentemente, diminui o poder de compra das famílias brasileiras”, diz Fabrício Tonegutti, diretor-executivo da Mix Fiscal e especialista em tributação no varejo.

Quem sofre mais é a população de baixa renda, que gasta proporcionalmente mais com alimentos. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que as famílias com rendimento domiciliar de até R$ 3.158,99 (renda baixa e muito baixa) foram as mais prejudicadas.

O impacto das mudanças no ICMS sobre os preços
Pernambuco é um dos estados que está sentindo maiores impactos. A alíquota básica do ICMS foi majorada em 2,5 pontos percentuais, passando de 18% para 20,5%. Somado ao adicional de 2% do Fundo de Combate à Pobreza, a medida pode gerar um aumento de até 10% nos preços de alguns alimentos nas gôndolas. No primeiro trimestre, os preços dos alimentos e bebidas tiveram alta de 3,03% na região metropolitana do Recife, de acordo com o IBGE.

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