Estado líder na produção de frangos, o Paraná é responsável por 34,5% dos abates do Brasil e vem colecionando recordes ano a ano. De janeiro a outubro de 2023, no mercado interno, o Paraná abateu mais de 3,5 bilhões de toneladas no segmento. Os bons índices do estado paranaense também têm reflexo do mercado internacional, com ampliações de vendas à China e abertura para o mercado de Israel.
Somente com exportações, o setor de avicultura do estado movimentou US$ 3,2 bilhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Porém, o lucro não tem chegado no bolso do avicultor, que sente os altos custos de produção.
Segundo levantamento feito pelo Sistema Faep/Senar-PR, que representa o setor produtivo paranaense, o saldo sobre o custo total foi negativo em quase todas as regiões do estado. Os principais custos dos avicultores foram com energia elétrica e combustíveis.
Energia elétrica aumentou 17% para avicultores
Os custos para os avicultores foram altos em 2023. O levantamento do Sistema Faep/Senar-PR avaliou oito comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (CADECs) dos principais polos de avicultura do Paraná: Avenorte (Cianorte), BRF (Dois Vizinhos), JBS (Campo Mourão), Vibra (Itapejara do Oeste), BRF (Toledo), JBS (Jacarezinho), JBS (Jaguapitã) e JBS (Santo Inácio).
O levantamento aponta que custos com aquecimento, lenha e pellets ficaram estáveis nos últimos meses do ano. Ainda assim, foram fatores de peso para a produção. “A guerra na Ucrânia elevou o preço da lenha e encareceu o produto no Brasil. Na Europa teve muita demanda do Brasil, mas estávamos plantando menos e havia muita demanda. Dessa forma, o que aconteceu foi um aumento dos produtos derivados da lenha”, explica Fábio Mezzadri, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR. (Gazeta do Povo)