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Corrupção foi roteiro do último debate entre candidatos ao governo de PE

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O tema da corrupção veio à tona já no primeiro bloco, quando Armando pediu a opinião de Dani Portela (PSOL) sobre a Operação Torrentes / Foto: Guga Matos/JC Imagem

O tema da corrupção veio à tona já no primeiro bloco, quando Armando pediu a opinião de Dani Portela (PSOL) sobre a Operação Torrentes
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Por Paulo Veras e Renata Monteiro

O último debate do primeiro turno entre candidatos ao governo do Estado foi marcado menos por propostas e mais pelo debate sobre a corrupção, tema tratado por todos os postulantes presentes ao encontro da TV Globo, inclusive com acusações, na noite dessa terça-feira (2).

Candidato à reeleição, o governador Paulo Câmara (PSB) foi o principal alvo de críticas. O socialista, que se queixava em confrontos anteriores de não conseguir responder a todas as críticas, fez questão de reagir a todos os ataques quando tinha a oportunidade de falar na pergunta seguinte. O senador Armando Monteiro (PTB) fez apelo aos pernambucanos por um segundo turno, onde a discussão possa ser aprofundada.

O tema da corrupção veio à tona já no primeiro bloco, quando Armando pediu a opinião de Dani Portela (PSOL) sobre a Operação Torrentes, que investigou desvios de recursos para vítimas das enchentes na Casa Militar. “No momento em que as pessoas mais precisavam, esse grupo fez corrupção com o dinheiro. É algo inaceitável”, disparou o petebista, que citou a denúncia contra pessoas “ligadas ao núcleo mais próximo do governo”. Do lado de fora, a militância do senador levantava cartazes com menção à Torrentes.

O assunto voltou no segundo bloco, quando Maurício Rands (PROS) cobrou de Dani Portela propostas concretas para evitar a corrupção no Estado. Ele prometeu aprovar uma lei para permitir que a sociedade civil possa questionar a nomeação de gestores alvo de investigações. “O que a gente tem visto são 50 tons do PSB. Todos aqui já foram governo antes. Já estiveram juntos em eleições passadas. Armando esteve junto com o PSB em 2010. Você, Rands, já esteve junto com o PSB em secretaria. Vem falar em corrupção, acusa o governo Paulo Câmara, mas faz uma coligação em que o principal partido (PDT) não saiu do governo Paulo Câmara. Veja que contradição”, rebateu a psolista.

ASSUNTO RETOMADO

O tema foi retomado no terceiro bloco, quando Armando Monteiro questionou Paulo não apenas sobre a Operação Torrentes, mas também sobre as investigações em relação à Arena Pernambuco e sobre a delação da JBS, que atinge o próprio governador. “Um daqueles diretores de Joesley (Batista, da JBS) citou você nominalmente, dizendo que você recebeu propina”, disparou o petebista.

Em reação, Paulo Câmara disse que Armando tenta enganar o eleitor pernambucano, disse que tudo o que ele administrou “deu errado” e classificou o senador como “ministro do Desemprego”, ao lembrar sua atuação como ministro do Desenvolvimento Econômico no segundo governo Dilma Rousseff (PT).

O governador Paulo Câmara não foi denunciado nem é réu em nenhuma das investigações citadas pelos adversários. “Nenhuma dessas operações teve meu nome relacionado. O TRE já disse que isso é mentira. Armando fala da delação da JBS. E o cidadão que fez a delação está preso porque mentiu. Ele me citou e citou um candidato a senador da sua chapa. Citou o líder do governo Temer. Mesmo assim, a gente não vai fazer pré-julgamento”, afirmou.

Temas como a segurança pública, a reforma trabalhista e o desemprego também foram usados para troca de críticas entre os candidatos. O uso das imagens de Eduardo Campos e de Lula no guia eleitoral também deu margem para a troca de farpas. Paulo e Armando também prometeram ampliar, respectivamente, a destinação de recursos para medicamentos e o programa Passe Livre para alunos do ensino superior, temas sobre os quais eles haviam sido cobrados por propostas em redes sociais, como noticiou o JC na edição de segunda-feira (1º).

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