Por Magno Martins
A sessão plenária que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) realizou hoje, para votar os processos que a Prefeitura do Recife está enfrentando no tribunal, foi marcada por três confusões. No início da sessão, o presidente Dirceu Rodolfo fez críticas ao conselheiro Carlos Porto, decano do Tribunal, por um voto anterior proferido na Segunda Câmara. O presidente do TCE se defendeu sobre supostamente receber documentos da Prefeitura do Recife e não comunicar ao relator do processo Carlos Porto. Dirceu disse que existem, dentro do TCE, pessoas com comportamento “covarde”.
A secretária do TCE cortou o áudio antes do conselheiro Carlos Porto se pronunciar e o público não pôde ver pelo Youtube a resposta do conselheiro.
A segunda confusão foi entre o conselheiro Valdecir Pascoal e a procuradora geral Germana Laureano. Auditoras e servidoras do órgão cogitam um abaixo-assinado contra o conselheiro Valdecir Pascoal, pela suposta prática de “mansterrupting” contra Germana. Que é o termo em inglês para um homem que constantemente interrompe a fala de uma mulher em uma reunião.
Em pelo menos três sessões seguidas do Pleno, gravadas e disponíveis no Youtube, Pascoal interrompeu falas de Germana, segundo a procuradora geral.
Pascoal disse que a corregedoria deveria dar uma “reprimenda” na procuradora geral Germana Laureano. Em outro trecho, em voz alta contra a procuradora, Pascoal disse que “não discrimina nem pretos nem brancos”. Pascoal no meio da discussão chegou a dizer que já foi “chefe” de Germana.
O presidente Dirceu Rodolfo também levantou a voz para procuradora Germana. E o conselheiro Valdecir Pascoal não conseguiu concluir seu voto de tão exaltado. O julgamento teve que ser interrompido após pedido de vistas da corregedora Teresa Duere.
Teresa Duere disse que a culpa pelas “desavenças” no TCE é da “prepotência com que a Prefeitura do Recife trata o TCE”.
O terceiro desentendimento começou após o conselheiro Carlos Neves criticar uma medida cautelar do conselheiro Carlos Porto. Neves é ex-advogado do PSB, sobrinho de um atual secretário de Geraldo Júlio e filho de um ex-assessor especial de Geraldo Júlio em 2020.
Uma cautelar aprovada pela Segunda Câmara determinou que os beneficiários de um programa emergencial da Prefeitura do Recife que tiveram um desconto 50% maior fossem divulgados. O relator era o conselheiro Carlos Porto, criticado Neves.
Porto repudiou as “insinuações maldosas” do ex-advogado do PSB. Para terminar, o presidente Dirceu Rodolfo “atropelou” o pedido de vistas da conselheira Teresa Duere e adiantou seu voto no IPTU. Rodolfo votou em defesa da gestão de Geraldo Júlio, mesmo com a conselheira questionando que o presidente não votaria nestas questões, como acontece em todos os tribunais.