Por Jamildo Melo
O debate começou com atraso com uma saia justa quando o candidato do PCO, Victor Assis, disse que três debatedores, Mendonça Filho, Alberto Feitosa e Marco Aurélio, exigiram da coordenação que ele não entrasse na sala com uma bandeira de protesto “fora Bolsonaro”. O candidato não havia respondido ao convite e hoje pediu pra participar. Todos os candidatos aceitaram a participação dele, antes do início das provocações.
João Campos foi sorteado com uma pergunta sobre o novo marco do saneamento, que ele votou contra. Ele justificou que há o risco de a iniciativa privada ficar com a melhor parte dos contratos e deixar o osso para as estatais. Na fala, disse que a PCR iria fazer parceria com alunos da UFPE e parceria com a Compesa para propor alternativas na área.
Comentando sobre mobilidade, Marília disse que iria usar 50% das multas de trânsito para financiar o transporte publico e que a multa não poderia ser apenas “política de arrecadação”. Na fala, ela fustigou Patrícia Domingos, que chegou a sugerir a retirada do Recife do consórcio Grande Recife. “Seria uma irresponsabilidade, voltar ao tempo da CTTU. .. É a mesma coisa de tirar Recife de Pernambuco”, ironizou.
“O direito de ir e vir não pode ser privatizado (pelas empresas de ônibus)” teorizou a candidata do PSTU, Cláudia Ribeiro.
Com muitos problemas técnicos, o debate serviu ainda como um teste de paciência para os candidatos. Carlos de Andrade Lima, do PSL, ficou sem cronômetro. Marco Aurélio, do PRTB, ficou sem imagem quando chegou a sua hora de falar.
O candidato do PSL lembrou que Geraldo Julio não entregou habitacionais prometidos desde 2012. “Precisamos buscar investimentos e concluir”
“No tempo do PSB, nada foi feito pelas pessoas”, criticou o aliado de Mourão, ao falar de saúde. “A covid tirou a máscara do PSB”
“Não tenho que trocar meu nome para mostrar que sou bolsonaro”, ironizou o colega deputado estadual Alberto Feitosa, que se apresenta na campanha com o nome oficial coronel Feitosa.
“Prometo uma gestão pulso firme e transparente, não promessas falas, feitas de forma cinematográficas”, afirmou Feitosa, ignorando as provocações e louvando Bolsonaro. “Temos R$ 110 milhões em obras inacabadas”.
Thiago Santos , da UP, de forma bem educada, reclamou da “exploração capitalista” e disse que iria resolver o déficit habitacional, de 71 mil moradias no Recife. “Temos 11 candidatos, tem muito candidato defendendo Bolsonaro, mas tá faltando quem defenda os trabalhadores, com um poder popular”
Patrícia Domingos, do Podemos, defendeu mais creches e mais exames no Recife, mais campanhas de educação no trânsito, principalmente educar o condutor.
Questões dos professores
Comentando problemas na saúde, a candidata do Podemos reclamou que pessoas morrem no Recife sem exames e citou operações de órgãos de controle na área. Ao responder sobre segurança, defendeu iluminação e mais câmaras de monitoramento, com guarda armada na segurança. “A guarda é um chicote para multar as pessoas. Um terço está na CTTU”
Feitosa reclamou de falta de planejamento e inteligência nas ações da PCR. No combate à violência, prometeu usar tecnologia e drones, além de parcerias com as igrejas para evitar problemas sociais. “Vamos chamar a questão como prioridade”
Marília disse que não há coordenação com o Estado, no combate à violêcia. “nem parece que são o mesmo grupo”. Sobre a guarda, ela disse que não pode ser “uma mini-PM”, mas poderia receber qualificação, mas não citou armamento da força municipal.
João Campos, ao falar de educação, elogiou ações do Estado com as escolas integrais. “Muitos candidatos falam, tem a educação no discurso, mas nós avançamos no Recife”.
“Não vi nada nisto no Recife e estudei a vida toda aqui na cidade”, retrucou o candidato do PCO. “O importante é derrubar Bolsonaro”, repetiu, afirmando que a volta às aulas é uma pauta dos bancos. Na mesma linha nacional, a candidata do PSTU Claudia Ribeiro reclamou da dívida pública “que financia a burguesia”. “Temos um milhão de pessoas no Recife e só 80 creches”, afirmou a professora, ligada ao Simpere.
Charbel Maroun, do Novo, reclamou do Ideb e disse que evoluiu pouco depois de 20 anos de gestão do PT e PSB. “Ao invés de constuir creches, com gastos públicos, vamos contratar empreendedores privados na área e exigir qualidade dos serviços prestados. Os pais poderão escolher o melhor serviço”.
Sobre empregabilidade, Thiago Santos, da UP, defendeu acabar com a terceirização e contratar mais servidores públicos. Mendonça lembrou que foi um dos organizadores do porto digital e prometeu potencializar a formação tecnológica, além de tonar a cidade mais atrativa para os empreendedores.
Ao tratar de saneamento, Mendonça aproveitou para bater no candidato oficial do PSB. “É uma vergonha o que temos hoje no saneamento do recife e ele vem propor uma espécie de TCC. A Compesa não cumpre as metas, refez os contratos com grupos privados enquanto a população precisa dos resultados”
Carlos Andrade Lima defendeu mais reciclagem e produção de energia. “Vamos transformar o problema com inovação, oferecendo soluções, como créditos de carbono ou madeira de reciclagem”. “O poder público não pode resolver tudo, com crédito, as próprias pessoas podem abrir creches em suas comunidades e serem empreendedoras”.
Marco Aurélio, sobre sustentabilidade, defendeu a criação de pontos de coleta em que as pessoas pudessem pesar seu lixo e receber por ele. Com isto, a ideia seria cortar os gastos com as empresas de lixo, sugeriu. “Vamos fazer isto com o presidente Bolsonaro e o general Mourão”
No final dos debates, 2,6 mil pessoas ainda acompanhavam a transmissão. No começo, a organização citou 3,3 mil espectadores pelas redes sociais.
Antes das considerações finais, a rede caiu.