A gestora do recém-criado Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), a delegada Sylvana Lellis, defendeu nesta sexta-feira (9), em entrevista no programa Resenha Política, na TVJC, a criação do órgão na Polícia Civil. “(As críticas) vão se esvair, eu acredito nisso”, afirmou. “Não acho que vá haver prejuízo, mas o tempo irá mostrar isso à população”.
A extinção da Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp), especializada no combate à corrupção, para a criação do Draco, foi alvo de polêmica. “Acho que foi um erro de técnica legislativa. A palavra não era pra ser extinção. No meu sentir, houve uma incorporação”, afirmou.
Sylvana Lellis disse que as investigações não vão parar.
Sylvana Lellis argumentou que o objetivo da criação do Draco é dar mais especialização na investigação dos casos. “Como a gente viu na Lava Jato, a corrupção estava atrelada a organizações criminosas”, afirmou. “Quanto mais descentralizar isso, mais fácil coibir essa prática”.
Apesar da polêmica, a delegada disse que a reação não é negativa. “Acho importante que a população esteja vigilante”.
Ela defendeu que o Ministério Público dê apoio à mudança na Polícia Civil para dar mais transparência ao processo.
O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, publicou no Diário Oficial desta sexta-feira (9) uma portaria criando um Grupo de Atuação Criminal Especial (Gace) para investigar casos já em tramitação no Recife, no Cabo de Santo Agostinho e em Ipojuca.
A Polícia Civil começou a investigar nos últimos meses contratos dos três municípios para o fornecimento de merenda escolar. Foram deflagradas as operações Ratatouille e Castelo de Farinha. Segundo o Ministério Público, “a medida foi tomada a partir de uma solicitação dos promotores de Justiça desses municípios para trabalharem em conjunto, visando aprimorar as investigações em andamento em suas respectivas Promotorias, visto que, em alguns casos, possuem objetos em comum”. (Blog do Jamildo)