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CCR diz ter doado R$ 3 milhões em caixa 2 para Gleisi Hoffmann

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A senadora Gleisi Hoffmann, em visita ao acampamento de militantes petistas em Curitiba Foto: Geraldo Bubniak / AGB / 10-4-18
Dinheiro teria sido entregue por meio de assessor de Paulo Bernardo

SÃO PAULO — A concessionáriaCCR afirmou ter feito doação de R$ 3 milhões, por meio de caixa 2, à campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010. Gleisi é hoje presidente do PT. A doação teria sido pedida por Paulo Bernardo , marido da senadora, que na época era ministro do Planejamento. O valor teria sido pago por meio de um dos assessores de Paulo Bernardo.

A informação fez parte do acordo de leniência fechado pela empresa com o Ministério Público de São Paulo. Responsável pela concessão de rodovias como Presidente Dutra e Bandeirantes, a empresa admitiu pagamento de R$ 30 milhões para campanhas no estado de São Paulo, mas não pagamento de propina. Entre os nomes envolvidos ainda os de dois ex-governadores, Geraldo Alckmin e José Serra, e deputados.

O ex-governador Geraldo Alckmin lidera a lista de doações de caixa 2 apresentada pela CCR, com valor de R$ 4,5 milhões. O ex-governador José Serra aparece como beneficiário de R$ 3 milhões, mesma quantia de Gleisi Hoffmann.

Além deles, foram citados Gilberto Kassab (PSD), com doação de R$ 2,8 milhões; Aloizio Mercadante (PT), com R$ 1,7 milhões; Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), com R$ 1 milhão; Campos Machado (PTB), com R$ 1 milhão; Edson Aparecido (PSDB), com R$ 340 mil; Antonio Mentor (PT), com R$ 150 mil; e a ex-senadora Marta Suplicy, com R$ 1 milhão.

Outro lado

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou pelo twitter que “Virou moda fazer delação acusatória, sem provas e vazar pra imprensa, principalmente contra o PT e suas lideranças”. Disse que sequer pode ser processada porque a acusação é “absolutamente infundada e mentirosa”.

Alckmin afirmou por meio de seus advogados que jamais recebeu recursos da CCR, a qualquer título, e que o financiamento de suas campanhas eleitorais sempre foi realizado na forma da lei e sob fiscalização da Justiça Eleitoral.

Por meio da assessoria, Serra informou que as contas de suas campanhas sempre foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e ficaram a cargo do partido.

O ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira afirmou que o depoimento é mentiroso e que o vazamento é irresponsável, pois o acordo sequer foi homologado. “Processarei os responsáveis pelo vazamento e pela calúnia”, afirmou.

A assessoria de Kassab informou que todas as doações recebidas pelo partido obedeceram a legislação e que o ministro reafirma a legalidade de seus atos.

O deputado Campos Machado afirmou que todas as doações que recebeu para campanhas foram dentro da lei e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

A assessoria do ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que a informação é completamente falsa, que sempre criticou os valores de pedágio e que as contas de campanha seguiram a legislação e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Em nota, o ex-deputado do PT Antonio Mentor diz que foi “tomado por surpresa e indignação” pela acusação. Mentor diz que manifesta seu repúdio a inclusão de seu nome entre aqueles que teriam recebido recursos não contabilizados da Companhia de Concessões Rodoviárias-CCR e que, as vezes em que foi candidato, teve as contas eleitorais aprovadas sem nenhuma ressalva.

Os demais acusados não foram localizados pelo GLOBO.

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