Questionado sobre a apuração das transações financeiras suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seus assessores, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que o governo federal não irá intervir nessa e em nenhuma outra investigação em curso no Brasil. A declaração foi feita em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
“Eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal. O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores”, disse, ressaltando que a investigação é preliminar e está nas mãos dos promotores estaduais.
Na segunda (21), o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, afirmou que Flávio e outros 26 parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado são investigados na esfera cível por suspeita de improbidade administrativa. Eles são citados em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que detectou movimentações financeiras atípicas.
O ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhou no gabinete de Flávio, é um dos investigados. Seu nome aparece em relatório do Coaf por movimentação de R$ 1,2 milhão no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.
Já o senador eleito é citado em outro relatório, por ter recebido 48 depósitos no mesmo valor (R$ 2 mil), em operações feitas em posto de atendimento bancário na Alerj. Flávio afirmou que os recursos são referentes à venda de imóvel no Rio – o que foi confirmado pelo comprador, o ex-atleta Fábio Guerra.
*Com Estadão Conteúdo