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Brasileiros que estavam na China, já estão voltando ao Brasil

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Foto: reprodução

Os 34 brasileiros que moravam no epicentro da crise do novo coronavírus, em Wuhan, na China, estão voando de volta para o Brasil.

A operação de resgate começou ainda de madrugada na China. Diplomatas que foram buscar os brasileiros registraram cada momento: “Nós estamos em três veículos aqui em Wuhan para recolher os cidadãos brasileiros que estão na cidade. Já pegamos os seis primeiros estudantes da universidade de Hubei. Aqui está o ônibus que nós vamos seguir para o aeroporto”.

O repórter Nilson Klava conversou com João Batista do Nascimento Magalhães, conselheiro do Itamaraty na China, que viajou 16 horas de carro de Pequim até Wuhan para participar da operação. “É obrigatório aqui na cidade o uso de máscaras, ninguém pode andar na rua sem autorização, os carros não podem se mexer se não tiver uma autorização especial do governo. É uma cidade fantasma”, disse ele.

Todos passaram por duas triagens – uma chinesa e uma brasileira – antes de embarcar. Ninguém apresentou nenhum sintoma do novo coronavírus. “Eles estão muito calmos, muito aliviados pela ajuda que estão recebendo, e o fato de poderem voltar ao Brasil nessa situação complicada”, contou João Batista.

Pouco antes da decolagem, o recado que todos queriam ouvir: “Todo mundo a bordo, todo mundo conseguiu passar em todos os testes, daqui a pouquinho o avião número 2 vai conseguir decolar em direção ao Brasil”.

Os dois aviões partiram de Wuhan com 64 pessoas por volta das 17h desta sexta-feira (7) no horário de Brasília. Lá, já eram 4h de sábado (8). São 26 horas de voo, sem contar o tempo das escalas. A primeira parada é em Ürümqi, ainda na China. Depois, Varsóvia, na Polônia, onde desembarcam quatro poloneses, uma chinesa e uma indiana.

De lá, 58 pessoas, incluindo profissionais de saúde, tripulantes, jornalistas e 34 brasileiros e parentes, incluindo três diplomatas que virão para o Brasil, seguem para nova escala em Las Palmas, nas Ilhas Canárias. Entre eles, há sete crianças de até 12 anos.

Às 17h30 de sábado devem entrar no espaço aéreo brasileiro e fazem uma última parada em Fortaleza. No início da madrugada de domingo (9), está prevista a chegada em Anápolis, Goiás.

Assim que pisarem em solo brasileiro, começa a contar a quarentena, que vai durar 18 dias. Nesse período, o contato físico com outras pessoas que não sejam da equipe de cuidados vai ser zero. Os profissionais que trabalharam no resgate também vão ficar isolados, mas podem ser liberados antes do prazo.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro foi cedo ao Ministério da Defesa ver o planejamento da operação. Bolsonaro voltou a falar que não há risco para pessoas que não estejam envolvidas nessa missão: “Esse é o maior interesse, mostrar, inclusive, que tem crianças, tem bebês que estão vindo para o Brasil e parabenizar aqui todos os envolvidos nessa operação, que não deixou de contar com muito sacrifício por parte do governo, tendo em vista a questão orçamentária e os meios para cumprir a missão”.

Um hotel de trânsito vai receber os brasileiros vindos da China. Logo na entrada, um grande cartaz de boas-vindas. Tem um espaço para as crianças e dezenas de quartos e apartamentos.

Nos quartos, logo na entrada, o banheiro, já com todos objetos de higiene pessoal, toalhas. O quarto para, pelo menos, duas pessoas, tem comida e álcool em gel, máscaras e luvas que todos vão ter que usar durante o período em que vão ficar lá. Há também quartos maiores, para famílias inteiras.

“Tem uma quarentena. A rotina que tem são as refeições, são os exames, tem uma liberdade dentro da área branca, a delimitação. Essa é a rotina, não pode sair ali. Mas as crianças que quiserem brincar, tem uma área de recreação, as que quiserem descansar, tem a televisão, tem a internet”, disse o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

O grupo vai ficar hospedado numa área branca. Ao lado do hotel, tem a área verde, de lazer. Se uma pessoa apresentar qualquer suspeita do coronavírus, ela será encaminhada para uma outra área – a amarela.

Se caso se agravar, o paciente será levado de helicóptero para o hospital das Forças Armadas em Brasília, a 150 quilômetros de Anápolis. No local fica a área vermelha, com 20 leitos preparados.

Na manhã de domingo, após o primeiro repouso da viagem, todos vão assistir a uma apresentação de um médico da equipe, sobre a rotina de horários de alimentação e exames e sobre o uso das máscaras. “Eles são pessoas assintomáticas, com prováveis exames negativos, e a transmissão – todos estarão usando máscara cirúrgica. Então, qualquer deslocamento desse paciente fora do ambiente do seu quarto será feito utilizando máscara cirúrgica”, explicou Júlio Henrique Croda, diretor do Departamento de Imunização.

Em Palhoça, Santa Catarina, o Pablo está ansioso para reencontrar a filha e a esposa. Elas foram para China para apresentar o bebê à família que mora lá. Enquanto Pablo falava com nossa repórter, a esposa ligou para dar a boa notícia: “Me sinto muito feliz agora”. Emocionado ele respondeu: “Muito em breve estaremos juntos de novo”.

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