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Brasil um País dilacerado pela corrupção

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Foto: reprodução

Por Luis Machado

Já não é novidade nem de admirar que chegamos ao fundo do poço. Até ensaiamos um movimento anticorrupção, mas deu no que deu. Esse fundo do poço era inevitável. Afinal, se já tínhamos uma cultura em que políticos “roubavam mas faziam” e tudo isso era tido como algo aceitável, agora com um Supremo Tribunal Federal caindo de podre, a situação só tende a se agravar.

Para quem achava que a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva ficaria apenas nisso, enganou-se completamente. Como se isso fosse pouco, além de ter-se livrado da prisão, voltou ao poder e a saga do STF (consorciado com Lula) prosseguiu em chancelar o mal feito. Agora, as ações do Supremo chegaram a outro patamar ou estágio.

Na esteira das decisões que beneficiam figurões alcançados pelo braço da Justiça, no passado recente, agora são os grandes conglomerados empresariais a gozarem dos mesmos benefícios, com o perdão de dívidas, como se nada tivessem feito contra o povo. Até um pedaço da montanha de dinheiro que a Justiça conseguiu pegar, será devolvido aos meliantes consorciados dos poderosos da nossa República.

Esta semana, o mundo deparou-se com a notícia de que o também chefe do esquema de corrupção – ex-governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro – que foi condenado a 425 anos e 20 dias de cadeia, já anunciou que vai recorrer ao Supremo, visando anular suas condenações, nos 35 processos a ele impostos, em sede da Operação Lava Jato.

Ora, se para o Supremo, os atos perpetrados pela Lava Jato foram “uma farsa” contra os conhecidos meliantes do colarinho branco, por quê não o seriam também, em relação a Sérgio Cabral? Quem pode mais, pode menos! Mas isso ainda nem é o mais tenebroso dos mundos. O mal maior é que, se a população brasileira perde (como já perdeu) a capacidade de se indignar contra tudo isso, a lei agora é uma quimera, é letra morta, porque o que vale é o que pensa e determina o Supremo Tribunal Federal.

Nosso Congresso Nacional, na pessoa da maioria de seus membros, é “vaca de presépio”, a ponto de admitir que um de seus membros, em pleno exercício do mandato – deputado federal Carlos Jordy, PL-RJ) -, só porque este é investigado acerca do 8 de janeiro, teve sua casa vasculhada pela Policia Federal, armada até os dentes, nesta quinta-feira (18), como se fosse ele um marginal; como se não fosse membro de um dos poderes da República. Talvez seja porque 1/3 de seus membros tem conta no cartório da Justiça. Mas, e os 2/3 do Congresso, que não têm? Destes, a grande maioria está comprometida com interesses para lá de escusos, antirrepublicanos.

Nesta sexta-feira, viu-se, no Brasil inteiro que o presidente Lula esteve em Suape, Pernambuco, para anunciar bilhões de reais a serem investidos, nas obras da Refinaria Abreu e Lima que, como todos sabem, tornou-se um dos ícones do esquema de corrupção, denunciada na Operação Lava Jato. Lula não fez uma menção, sequer, sobre o mal feito ali praticado. É como se lá tivesse voltado, para celebrar a corrupção ali praticada. Não fez o mea culpa, para dizer que, desta vez os milhares de homens e mulheres a serem contratados e qua tanto necessitam, não serão decepcionados, outra vez.

O que dói e dói muito, é saber que, este ano teremos eleições municipais e que a esmagadora maioria dos prefeitos e vereadores serão eleitos, exatamente para alimentar um esquema perverso e pervertido, corrupto e promíscuo. Os eleitos deste ano elegerão, em 2026, um Congresso que não defende o País das garras da corrupção instalada na esfera civil e nos poderes da República. Ponto.

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