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Brasil cresceu mais que a China pela primeira vez em 42 anos, aponta FMI

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Foto: reprodução

O Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula que a economia brasileira cresceu mais que a da China em 2022. Conforme estimativas divulgadas nesta terça-feira (31), a economia chinesa – a segunda maior do mundo – teve expansão de 3%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,1%. Essa possibilidade tinha sido levantada no fim de setembro pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Os dados do FMI, vale ressaltar, são preliminares, uma vez que os números oficiais dos dois países ainda serão divulgados. Se as projeções forem confirmadas, terá sido a primeira vez que o Brasil cresce mais que a China em 42 anos.

A economia chinesa teve um 2022 muito complicado, marcado pela desaceleração da atividade econômica, decorrente de rígidas regras de contenção da Covid-19, que limitaram a produção industrial, as vendas domésticas e o comércio internacional. Um dos exemplos dessa situação foram os lockdowns registrados no primeiro semestre em importantes polos econômicos do Leste da China, como as regiões de Shenzhen e Xangai.

O Brasil, enquanto isso, foi beneficiado especialmente pelo desempenho da atividade econômica no primeiro semestre. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que nos nove primeiros meses do ano o PIB brasileiro teve expansão de 3,2% em comparação a igual período de 2021. Os serviços puxaram o desempenho, com um incremento de 4,4%.

O cenário era completamente diferente em 1980, a última vez em que o Brasil tinha crescido mais do que a China, então sétima maior economia do globo. As taxas de crescimento naquele ano foram de 9,2% e 7,8%, respectivamente.

Na época, a China começava a empreender, sob Deng Xiaoping, as primeiras reformas que a tornariam a segunda potência econômica do planeta. Enquanto isso o Brasil, 16.ª maior economia de então, encerrava um ciclo de forte crescimento, iniciado em 1967, e se encaminhava para quase uma década e meia de turbulências econômicas. A partir dali, o país enfrentou as consequências de moratória da dívida externa, hiperinflação e sucessivos planos econômicos para tentar estabilizar os preços, o que só seria concretizado em 1994, com o Plano Real.

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