- Por Jovem Pan / Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro falou, nesta sexta-feira (23), em cadeia nacional de rádio e televisão sobre as queimadas na Amazônia e a política ambiental de sua gestão, alvo de críticas no Brasil e no exterior. Segundo ele, os incêndios “não estão acima da médias dos últimos 15 anos, mas mesmo assim o governo não está satisfeito com o que tem assistido”.
Por isso, Bolsonaro reafirmou que autorizou o envio das Forças Armadas à região. “Somos um governo de tolerância zero com a criminalidade, e na área ambiental não será diferente. Por isso, oferecemos ajuda a todos os estados da Amazônia Legal e, com relação àqueles que aceitarem, autorizarei uma verdadeira GLO (Garantia da Lei e da Ordem) ambiental.”
Ele criticou, ainda, o “uso político” que alguns países têm feito com a situação da Amazônia. De acordo com ele, estão sendo espalhados muitos “dados falsos”, que não “contribuem para resolver o problema e se prestam apenas a uso político e desinformação”.
“Seguimos abertos ao diálogo com base no respeito e na verdade, cientes da nossa soberania”, declarou. “Incêndios florestais existem em todo o mundo e isso não pode ser pretexto para possíveis sanções internacionais”, completou.
“Amor e respeito” pela Amazônia
O presidente lembrou também que, devido à sua formação militar e trajetória “como homem público”, ele tem “profundo amor e respeito” pela região. Dessa forma, alertou que está ciente que é “dever do governo” e que eles estão “lutando para combater o desmatamento ilegal e quaisquer outras atividades criminosas”.
Nesta semana, Bolsonaro chegou a atribuir, inicialmente, os incêndios a Organizações Não-Governamentais (ONGs), porém recuou e disse, na quinta-feira (22), que “não tinha como saber de quem era a culpa”. “Fazendeiros, ONGs, índios…”, supôs.
Além disso, garantiu que, para proteger a Amazônia, “não bastam operações de fiscalização e controle”. “É preciso dar oportunidade à população que mora lá para que se desenvolva junto com o restante do país”, afirmou, reiterando que na região vivem mais de 20 milhões de brasileiros.
Bolsonaro ainda justificou mais uma vez que o Brasil está passando por uma “estação tradicionalmente seca, quente e de ventos fortes” e que, nestes meses, ocorrem queimadas na região todos os anos. “Nos mais chuvosos são menos intensas, mas em anos mais quentes, como 2019, ocorrem com mais frequência.”