A menos de duas semanas do segundo turno, candidatos cumprem agendas estratégicas; atual mandatário priorizou a região Sudeste e petista pediu ajuda para combater notícias falsas
Com a aproximação do segundo turno das eleições presidenciais, que ocorrerá em 30 de outubro, os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição, intensificam sua agenda para se aproximarem dos eleitores. Nesta terça-feira, 18, o atual mandatário esteve em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, junto com o governador reeleito Cláudio Castro (PL), para cumprir um evento de campanha e, no local, comemorou o desempenho que candidatos de direita tiveram nas eleições ao Legislativo. Segundo o atual mandatário, o Congresso Nacional será “muito mais de centro-direita”. No entendimento do presidente, haverá um “novo Parlamento” que possibilitará ao chefe do Executivo alcançar com maior facilidade os votos necessários para aprovar mudanças estruturais. “O terreiro está asfaltado, está tudo pronto. Neste casamento, do Executivo com Legislativo, nós aprovamos coisas de interesse da nossa pátria”, disse. A cidade abriga o segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro, atrás apenas da capital fluminense. Já o Partido Liberal, legenda a qual Jair Bolsonaro está filiado, elegeu o governador do Estado ainda no primeiro turno e as maiores bancadas na Câmara e no Senado Federal. Em seguida, o presidente da República direcionou-se ao Estado com o segundo maior colégio eleitoral do país: Minas Gerais. Em Juiz de Fora, onde participou de uma ação junto ao governador Romeu Zema (Novo), a quem Bolsonaro agradeceu, chamou de “pessoa fantástica” e reforçou argumentos de campanha. “Na Argentina, tem vídeo com o candidato [e atual presidente Alberto] Fernandez oferecendo churrasco ao povo. A carne subiu 300% lá, a inflação se projeta para 100% no corrente ano e 40% da população está na linha da pobreza. Não tem como fazer milagre, não tem como o Estado dar uma vida magnífica a todo mundo. O grande trabalho do Estado […] é sempre ajudar aqueles que empreendem, aqueles que investem e aqueles que trabalham”, ressaltou.
Já o ex-presidente, que luta por um terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto participou de um encontro de maneira virtual com comunicadores e influenciadores simpatizantes a Lula. Em sua fala, o petista ressaltou que seu adversário não é um adversário comum e alertou para a necessidade de analisar as divulgações de notícias falsas realizadas pela equipe de Jair Bolsonaro. “Todos nós sabemos que estamos enfrentando um cidadão anormal, um cidadão que faz da mentira a sua forma de fazer política. Mas a gente não pode apenas rebater as mentiras, mas precisamos em cada resposta uma proposta do que a gente pode fazer”, considerou. Lula disse, também, que será uma eleição “muito difícil”, já que nunca antes alguém que ocupou a cadeira de chefe do Executivo pleiteando uma reeleição gastou a “quantidade de dinheiro que esse homem está gastando”. “É por isso que eu espero que a gente consiga organizar as forças democráticas deste país para enfrentar o negaciosismo, a barbárie e o fascismo que tentam implantar nesse país. Mas o Bolsonaro não está sozinho; ele está ligado a uma corrente de extrema-direita do mundo, que já governa a Hungria, que agora ganhou a Itália, que tem muitas disputas em vários países da Europa”, finalizou. Já às 19h, o ex-presidente participará de uma entrevista ao programa Flow Podcast, que terá transmissão ao vivo pelo YouTube.