O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender o julgamento, marcado para esta quarta-feira (6), que definiria o formato do depoimento – se presencialmente ou por escrito – do presidente Jair Bolsonaro no inquérito sobre a suposta interferência dele na autonomia na Polícia Federal (PF). O motivo: pouco antes da sessão, a Advocacia-Geral da União (AGU), que faz a defesa do presidente, comunicou ao relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes, que Bolsonaro aceita comparecer pessoalmente para responder ao interrogatório.
Na petição, apresentada pela AGU, Bolsonaro apenas pediu que possa marcar local e horário, “em virtude da agenda presidencial”. Em razão disso, Moraes pediu para suspender o julgamento para analisar individualmente o eventual prejuízo judicial do pedido, feito anteriormente pela AGU, para que Bolsonaro prestasse o depoimento por escrito. Seria esse o pedido a ser julgado nesta quarta pelos ministros no plenário.
Nos bastidores, a opção de Bolsonaro por depor presencialmente foi interpretada como mais um sinal em busca da pacificação na relação com o STF, após os embates que ele protagonizou com os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Entre ministros, circulou nos últimos dias a ideia de obrigá-lo a depor presencialmente, o que poderia gerar um constrangimento político, com risco de criar novos atritos entre os Poderes.