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Banco Central intensifica alta de juros, eleva Selic a 11,25% ao ano

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (ao centro), e os diretores do BC /  Raphael Ribeiro – 30.jan.2024/Divulgação/BC

Por Folha de SP

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (6), por unanimidade, intensificar o ritmo de alta de juros e elevou a taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano.

No comunicado, o colegiado disse que o ambiente externo permanece “desafiador”, apontando como principal fator a incerteza nos Estados Unidos, logo após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Segundo o comitê, a conjuntura econômica incerta nos EUA suscita dúvidas sobre o ritmo da desaceleração da economia americana e da desinflação, bem como sobre a postura do Fed [Federal Reserve] na condução da política de juros. Na visão dos membros do BC, o cenário internacional demanda cautela por parte de países emergentes, como o Brasil.

Mais uma vez, houve unanimidade entre todos os membros do comitê. Essa foi a primeira decisão do colegiado desde a aprovação de Gabriel Galípolo para chefiar o BC em 2025. A transição de comando da autoridade monetária vai até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, em meio à escalada de juros.

A escolha pelo aumento mais agressivo da Selic veio em linha com a expectativa consensual do mercado financeiro. Levantamento feito pela Bloomberg mostrou que a alta de 0,5 ponto era a projeção unânime dos economistas consultados.

O ciclo de subida de juros teve início na última reunião, em setembro, quando o Copom optou por um movimento mais gradual, de elevação de 0,25 ponto percentual –primeiro aumento feito no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com a segunda alta consecutiva, a Selic se iguala ao nível em que se encontrava em março. Na época, contudo, a trajetória dos juros seguia em direção oposta, com o processo de flexibilização em curso.

O Copom deixou seus passos futuros em aberto, sem se comprometer com o ritmo do próximo movimento ou com a extensão total do ciclo de alta de juros.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, disse.

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