O Banco Central informou na noite desta quinta-feira (29) que realizará um leilão de venda de dólares à vista na manhã de sexta (30), no valor máximo de US$ 1,5 bilhão. Essa será a segunda intervenção no câmbio desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A primeira intervenção para segurar a flutuação do dólar ocorreu em abril deste ano, após o dólar bater R$ 5,06.
O anúncio da medida ocorre um dia após o governo confirmar a indicação do economista Gabriel Galípolo para substituir o presidente, Roberto Campos Neto. Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central, ele ainda precisa passar pela aprovação do Senado.
No comunicado, o BC informou que o leilão será referenciado à taxa Ptax e as propostas serão acolhidas entre 9h30 e 9h35. O último leilão dessa modalidade ocorreu em dezembro de 2021, no valor total de US$ 500 milhões. Em abril de 2022, houve a última venda de dólar à vista, correspondente a US$ 571 milhões.
Ele pode fazer um bom trabalho. Suas declarações recentes mostraram postura de firmeza no combate à inflação.
Provavelmente vai trabalhar de acordo com os interesses de Lula, que deseja reduzir as taxas de juros na marra.
De acordo com o BC, cada intermediário poderá enviar até três propostas contendo volume pretendido e o diferencial, com até seis casas decimais, a ser adicionado ou diminuído da taxa de câmbio de venda do boletim de fechamento da Ptax do dia do leilão.
A compra de contrato de swap pelo BC funciona como uma injeção de dólares no mercado futuro, protegendo quem adquire contra a desvalorização do real.
O leilão de swap cambial é uma medida que permite à autoridade monetária lidar com a demanda por moeda estrangeira, evitando disfunções no mercado de câmbio. Economistas comparam essa intervenção a abrir uma porta alternativa em uma festa lotada.
Nesta quinta, o dólar registrou a quarta alta seguida de 1,18%, chegando a R$ 5,621, conforme dados sobre a economia dos Estados Unidos consolidaram apostas de um afrouxamento gradual na taxa de juros norte-americana. A moeda também avançou em relação a divisas de outros mercados emergentes no exterior.