Estado afirmou, nesta quarta (26), que ocorreu problema com empresa responsável pelo repasse de recursos para os estudantes que fazem intercâmbio no Canadá e Chile
G1 PE — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
Alunos da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco que participam do Programa Ganhe o Mundo relataram ter enfrentado atraso de pagamento de bolsas de intercâmbio no exterior custeadas pelo governo. A Secretaria de Educação informou que foram afetados 555 estudantes, sendo 482 que estão no Canadá e 73, no Chile. O estado disse que resolveu o problema nesta quarta (26).
O atraso no pagamento de junho foi relatado pelos jovens por meio de redes sociais. Segundo informações de estudantes, o dinheiro ficou disponível nesta quarta, mas demorou até duas semanas para ser depositado. As bolsas, previstas pela iniciativa, são de R$ 719.
O Ganhe o Mundo oferece vagas para intercâmbio em países de línguas estrangeiras. Os estudantes podem escolher cursos na Argentina, Chile, Espanha, Colômbia, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália. Os alunos, que devem estudar na rede estadual, passam por uma seleção. O número de oportunidades varia de acordo com a edição do programa.
Segundo o governo, o atraso das bolsas de junho ocorreu por causa de um problema da empresa 2G Turismo e Eventos, responsável pelo pagamento para os estudantes no Canadá e Chile. O G1 tentou entrar em contato com a empresa e não conseguiu retorno.
Ainda segundo o estado, as bolsas mensais devem ser pagas no início de cada mês, dependendo da data da viagem do aluno.
Quem deixou o Brasil no dia 1º de um determinado mês, por exemplo, recebe sempre no primeiro dia do mês seguinte. O aluno que saiu do país no dia 10, ganha a bolsa até o início do mês subsequente.
O governo disse, ainda, que antes da viagem do grupo de estudantes, a empresa vendedora de cada lote da licitação do programa recebe a dotação orçamentária integral e fica obrigada de fazer os repasses mensais.
A bolsa de R$ 719, de acordo com a secretaria, é concedida para que os estudantes paguem algumas despesas extras, já que a estadia, a alimentação e os estudos são quitados antes mesmo de o jovem chegar ao país estrangeiro.
Prejudicada
A estudante Emylle Monik estudava na Escola de Referência em Ensino Médio de Paulista, no Grande Recife. Ela viajou para o Chile em março de 2019, depois de ter se inscrito no edital de 2017 do programa.
Segundo ela, a bolsa era depositada, normalmente, nas contas dos estudantes no dia 10 de cada mês. O valor referente a junho, no entanto, chegou com duas semanas de atraso.
“Quem tem boa condição de vida pode fazer um cartão para mandar dinheiro para o filho, mas para quem não tem, é bem complicado. A gente passou mais de 15 dias sem dinheiro. Atrasar três ou quatro dias é uma coisa, mas esse tempo todo, é outra. Ficar pedindo dinheiro aos anfitriões dá muita vergonha”, afirma a estudante.
Emylle diz que, por causa do atraso da bolsa, ficou sem ter como comprar produtos de higiene e material escolar. A viagem de volta para o Brasil está marcada para o dia 16 de julho. Agora, ela tem medo de que o problema ocorra novamente.