Folha de PE
Na última visita que fez a Pernambuco, no início do mês, Fernando Haddad ainda não havia sido formalizado como candidato à Presidência da República. Havia, ali, já uma intenção de esticar a agenda até Petrolina. No próximo sábado, o petista retorna ao Estado já como substituto de Lula e irá ao São Francisco, região que guarda um simbolismo. Petrolina é governada, hoje, pelo prefeito Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho, que deixou o PSB e, hoje, integra o palanque do senador Armando Monteiro Neto, embora filiado ao MDB, que está na coligação da Frente Popular. No final de agosto, os Coelho reuniram uma multidão em ato de lançamento das candidaturas de Fernando Filho e de Antonio Coelho. Demonstraram força política na presença do candidato à Presidência do PSDB, Geraldo Alckmin. Em função do compromisso que tinha de votar no ex-presidente Lula, Armando Monteiro Neto não compareceu. O petebista ainda não anunciou seu candidato ao Planalto, mas, à coluna, deixou claro que a hipótese de votar em Haddad “é zero”. Na condição de candidato de Lula, Haddad desembarca em Petrolina acompanhado de Paulo Câmara, que vem combatendo as políticas do Governo Michel Temer, do qual Fernando Filho foi ministro de Minas e Energia. Contrário à privatização da Eletrobras – bandeira levantada por Fernando Filho – o socialista deve imprimir esse tom em seu discurso na cidade, onde outro adversário também demonstra grande influência: o ex-prefeito Julio Lossio. No São Francisco, Lossio, é forte e o ato com Haddad pode ter o condão ainda de minar essa musculatura candidato a governador da Rede. Por outro lado, os socialistas e os petistas estão atentos ainda ao fator “parabólica” no Sertão. Sendo assim, a visita “in loco” torna-se ainda mais estratégica. Haddad chega ao Recife, às 9h do sábado, onde pode realizar uma caminhada no centro da cidade. A agenda ainda está sendo fechada. Da Capital, ele segue para Caruaru à tarde. Na sequência, vai a Petrolina, onde fica até o domingo.
