Alinhado ao governo petista, o sindicato teria dificultado a discussão sobre a greve. Revoltados, os professores exigiram a votação do tema
Gazeta do Povo
Nesta quinta-feira (4), a assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará e nas Secretarias ou Departamentos de Educação e/ou Cultura dos Municípios do Ceará (Apeoc) realizada no Ginásio Aécio de Borba, em Fortaleza (CE), acabou em confusão.
Imagens que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que o presidente do sindicato, Anizio Melo, e mais um grupo de sindicalistas foram atingidos por uma chuva de cadeiras atiradas por parte dos presentes.
O motivo da confusão foi uma divergência entre os professores e o sindicato sobre a votação para deliberação da greve.
Em todo o país, sindicatos estão realizando assembleias gerais para consolidação da greve da educação em protesto contra o governo Lula, que até o momento não atendeu às reivindicações da categoria para reajuste salarial e reestruturação da carreira.
Alinhado ao governo petista, o sindicato teria dificultado a discussão sobre a greve. Revoltados, os professores exigiram a votação do tema.
Nas redes sociais, o sindicato havia prometido colocar a pauta para deliberação na assembleia.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (4), o sindicato chamou a confusão de “atos criminosos praticados por uma minoria truculenta composta por arruaceiros covardes e antidemocráticos”.
“Nos momentos finais da Assembleia, os criminosos arremessaram diversas cadeiras e jogaram vários objetos contra as cabeças dos membros de nossa direção e demais pessoas, que estavam de costas se dirigindo à saída do Ginásio Aécio de Borba. As cenas lamentáveis e inadmissíveis de selvageria, que circulam nas redes sociais envergonham a nobre profissão que exercemos e maculam a imagem da categoria dos profissionais do magistério perante a sociedade. Nossa categoria não deve ser confundida com o banditismo, pois ela é majoritariamente formada por cidadãos exemplares, que exercem suas funções com excelência e fazem com que nosso estado seja destaque nacional nos índices educacionais. Cabe destacar que a presença de sujeitos que não pertencem à categoria no local da Assembleia demonstra claramente o objetivo de um setor oportunista, que, para a construção de palanques de oposição sindical e eleitorais, não medem esforços para implodir a realização de nossas Assembleias, fato este que não é inédito”, diz um trecho da nota.
Apesar da confusão, o sindicato informou que a greve está mantida e que a entidade realizará Assembleia Geral em todo o estado do Ceará para garantir a “legitimidade de todas as ações e decisões”.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, também nesta quinta-feira (4), o presidente da Apeoc diz que a entidade “não teme governos, patrões e fascistas” da direita ou da esquerda.
Anizio Melo disse que os atos tinham como objetivo impedir que o sindicato apresentasse suas propostas para a categoria.