Por Alexandre Garcia
Acho que não vão resolver a questão do crime no Brasil e nem a violência nas escolas porque até agora ninguém percebeu o óbvio: a lei brasileira e o Judiciário – que estão juntos e dependem um do outro – são lenientes, são favoráveis ao crime e não dão a mínima para a vítima. O criminoso é objeto de todas as atenções: o criminoso é vítima da sociedade, tem o direito de reagir em legítima defesa à polícia, “autodefesa intuitiva”, como disseram três desembargadores de São Paulo.
E agora o ministro da Justiça está arrochando as redes socais dizendo que é para proteger as escolas. O presidente Lula acha que para proteger as escolas basta a polícia. Tem gente que acha que é a arma de fogo. Mas o sujeito atacou a escola em São Paulo com faca, em Blumenau com machadinha, e se não tiver nem faca nem machadinha vai atacar com tijolo, com pau, com pedra, pedaço de ferro. Não perceberam ainda que é a mente que arma as mãos. E jogos eletrônicos também não é o problema. Gerações inteiras gostavam de história de mocinhos e bandidos, de atirar, de brincar de polícia, de revolver e não aconteceu nada.
Justiça leniente
O problema é a lei leniente: o sujeito assalta, passa pela audiência de custódia e vai embora arrumar outra arma para assaltar. Não entenderam isso. Tem juiz dizendo que não tem prova quando o próprio sujeito confessou o crime; dizem que não tem prova e que a confissão foi por medo da polícia. Tem de se mexer nas leis.
Outros países, que têm leis mais duras, como Portugal, têm mais segurança, seja nas ruas, nas escolas, de noite ou de dia. Pode haver furto por “descuidismo”, mas sem violência. Nós temos de pressionar os nossos representantes na Câmara dos Deputados e no Senado para abrirem os olhos e perceberem isso.