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Após extinção da Delegacia Anticorrupção em PE, delegada soma incertezas sobre seu futuro

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'Silêncio absoluto', afirmou Patrícia ao JC sobre seu futuro na função / Foto: Divulgação

Fechamento da delegacia gerou polêmica e foi alvo de protestos. ‘Silêncio absoluto’, afirmou Patrícia ao JC sobre seu futuro na função
Foto: Divulgação
JC Online

Em entrevista ao JC, a delegada Patrícia Domingos, que estava à frente da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) há três anos e 10 meses, afirmou que ainda não sabe qual será o seu destino após sua extinção. A decisão foi aprovada em segunda instância na última quarta-feira (31), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). “Ninguém conversou com a gente, ninguém conversou nada. Silêncio absoluto”, disse Patrícia.

“Eu gostaria de saber o que vai acontecer. Não faço ideia do que vai acontecer. Inclusive, gostaria de saber e não tenho essa informação. É fogo, né?”, acrescentou.

No período em que teve Patricia encabeçando as operações em Pernambuco, a Decasp realizou 15 operações, com 49 gestores públicos e empresários presos, mais de R$ 3 milhões em espécie apreendidos e R$ 10 milhões em bens bloqueados.

EXTINÇÃO

Por 30 votos a favor e seis contra, a Decasp foi extinta junto com a Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim), para criação do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). O projeto, encaminhado e aprovado em regime de urgência – sob protestos de vários órgãos de fiscalização, delegados e movimentos sociais que temem a descontinuidade das investigações sobre crimes de corrupção – prevê duas novas delegacias vinculadas ao departamento, uma com atuação na capital e Grande Recife e outra no interior.

“Tivemos a preocupação de dar início à análise do material apreendido, pois ficamos com medo de que, com a extinção da Decasp, não houvesse ninguém para fazer isso e o material perecesse, até porque o inquérito está concluso”, explica o promotor de Justiça Frederico Magalhães, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MPPE. “Estamos catalogando o material, não temos prazo para concluir a análise e enviar à Justiça”.

DRACO

Projeto de lei que prevê a extinção das Delegacias Especializadas de Combate à Pirataria e a de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decasp), para criação de um Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco) está causando polêmica no meio policial. Encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na semana passada, o PLO nº 2066/2018 foi classificado como um “retrocesso” pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe).

O chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral, explica que o projeto criando o Draco prevê duas delegacias (uma para capital e Grande Recife e outra para o interior) que absorverão as atribuições das duas unidades extintas e ampliarão suas competências, ajustando-se à Lei Federal nº 12.850, de 2013. “Elas não só vão apurar e repelir crimes contra a corrupção, mas também outras infrações contra a administração pública, como o peculato. Vão atuar em qualquer crime de organização criminosa”, afirma.

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