Coluna Fogo Cruzado – 2 de julho de 2019
Relator da reforma previdenciária na comissão especial da Câmara, o deputado Samuel Moreira deve apresentar hoje o seu parecer sem muitas novidades além daquelas que já se conhece, como a manutenção das regras da aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada. Novidade, se houver, será a inclusão no texto dos servidores públicos municipais e estaduais. Ele próprio vem tentando há duas semanas construir um acordo com os governadores do Nordeste para não deixar estados e municípios fora do projeto, mas tem enfrentado resistências.
Mesmo a Bahia tendo fechado suas contas previdenciárias em 2018 com um déficit de R$ 5 bilhões, Pernambuco de R$ 2,6 bilhões e o Piauí de R$ 1 bilhão, os governadores só estavam concordando dar apoio ao projeto em troca de um fundo de emergência no valor de R$ 85 bilhões, que viria da cessão de áreas do pré-sal, e da autorização da União para que possam contrair empréstimos externos.
“Lá fora, pago 1,75% de juro ao ano para tomar um financiamento. No Brasil, 16%”, diz o governador piauiense, Wellington Dias, para exemplificar as razões do pleito. O impasse persistia até ontem à noite, apesar da crença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que esse apoio será dado aos 48 minutos do segundo tempo.