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Ao “socorrer” Bolsonaro, Temer quis se viabilizar como candidato da terceira via

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Foto: reprodução

Ao “socorrer” Bolsonaro, Temer quis se viabilizar como candidato da terceira via

Por Rodolfo Costa / Gazeta do Povo

O ex-presidente Michel Temer (MDB) quer ser o candidato da “terceira via” em 2022. Pessoas próximas ao emedebista e até alguns integrantes da cúpula do MDB admitem que o “socorro” ao presidente Jair Bolsonaro para estancar a crise entre poderes tem como pano de fundo uma tentativa de Temer de angariar capital político para se viabilizar como o candidato de centro na disputa do ano que vem. Ou de, ao menos, ter peso na sucessão presidencial. Temer buscou passar a imagem de que é um moderado capaz de negociar com diferentes correntes políticas para solucionar os problemas do país.

Emedebistas admitem que a ideia de ser o candidato da terceira via é um sonho de Temer, embora a concretização da ideia seja atualmente improvável para um ex-presidente que chegou a ser reprovado por 82% da população, segundo pesquisa de junho de 2018 da Datafolha.

“É um balão de ensaio para acumular capital político”, reconhece um interlocutor do ex-presidente. “O Michel só vem [como candidato em 2022] se ele for aclamado; e é isso que está buscando”, complementa.

O ex-presidente quer recolocar o MDB no protagonismo político. Com tantos pré-candidatos à Presidência, Temer entende que seu histórico político mais do que o qualifica à disputa eleitoral. A avaliação dele e de seus aliados é de que, no mínimo, ele acumularia capital político para “vender” a uma outra candidatura da terceira via que venha a apoiar. “Ou mesmo [apoiar] Bolsonaro ou [ex-presidente] Lula”, diz uma pessoa do entorno político de Temer.

Temer dialoga com diferentes nomes do centro político. É o caso, por exemplo, do presidente do PSD, Gilberto Kassab – que sonha em lançar como candidato em 2022 o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O ex-presidente também tem contatos frequentes com o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e com o empresário Paulo Marinho — suplente do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) que rompeu com a família Bolsonaro e que, hoje, atua na pré-campanha do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

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